Minha semana passada

O que eu fiz na semana passada para deixar de escrever neste blog. Bom, parece fácil. Não é difícil mesmo. É só ser sincero e colocar no papel. Trabalho, balada, terapia. Um livro, um filme, uma exposição. Pronto. Será que eu preciso ser verdadeiro? E se eu colocasse um pouco de ficção na semana anterior? É, não ficaria ruim. Sabe aquele livro bem difícil? Então. Foi aquele que eu li. Inteiro? Inteirinho. Numa só sentada. Não, não. O livro era legal mesmo. Era de um escritor americano que viveu em Paris. Aí depois eu invento outra exposição. Essa todo mundo deve ter visto. Afinal o cara pintava até no metrô né? Já sei. Vou mudar o filme. Não dá pra dizer que vi na TV. Pior ainda se eu disser que gostei. Porra, o diretor tinha vinte anos. Sem falar que filmou na PUC. Não. Melhor dar outro foco pro meu texto. Pensa. Pensa. Ok. Meu trabalho. Digo que estou começando? Não, começando não. Vou comentar que fiz aquela campanha matadora. Sim, aquela. Vou falar que vai pra Cannes. É. Cannes. Quem sabe acreditam. Glamour, grana, reconhecimento. Ah, reconhecimento. Que semana. Foi demais. Olha, pessoal, não tinha mesmo como escrever. Oui, oui. Eu tava na Riviera Francesa. Já foram pra lá? Ai, caralho, meu texto. O que eu fiz na semana passada para deixar de escrever neste blog. Putz, lembrei. Vi o Carlinhos. Cara bacana ele. Tá casando. As coisas mudam. Esse é um assunto legal. Todo mundo se interessa. Casamento, festa, traição. Vou pôr lenha na fogueira. Com um codinome pro Carlinhos, lógico. A mulher dele me mataria. Brava ela. Ai, minha orelha tá ficando quente. Vai explodir. Não explode orelha. Não agora. Não antes de eu dizer o que eu fiz na semana passada para deixar de escrever neste blog. Mesmo porque eu fiz um monte de coisa. Teve um show de rock. Teve uma cervejinha perto da agência. Teve até empanada. Não dá para dizer que foi ruim. Não vou mentir. Só vou inventar um pouquinho pras histórias ficarem mais legais. Preciso parar de pensar nisso. Definitivamente. Até porque se eu ficar só pensando não começo a droga do texto. E semana que vem tá aí. O pessoal vai querer saber o que eu fiz nesta semana. Vamo lá. Parece fácil. Não é difícil mesmo. É só ser sincero e colocar no papel.

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Jacques Costeau x Seu Antenor

Semana de folga na barbearia.

Como disse o Guilherme, também frequentador da barbearia do Seu Antenor, fiquei trabalhando bastante essa semana. Como a maioria deve saber trabalho com cinema e documentários, e assim como ele, estava envolvido em mais de um trabalho. Estava ocupado, mas não o bastante para sentar aqui na frente do computador.

Na verdade, o que mais me ocupou durante essa ausência foi por que eu resolvi fazer um curso de mergulho. Todas as pessoas que mergulham sempre me incentivaram, dizendo coisas que eu achava que só drogas alucinógenas faziam com um ser humano, além do prazer imenso, o silêncio incrível, a beleza e a tranquilidade da natureza, e por aí vai. Esses amigos já mergulharam no mundo inteiro, desde Jordânia, Seychelles, Fernando de Noronha e a Lage de Santos – que inclusive é um dos melhores pontos de mergulho do Brasil e sempre me contaram suas aventuras. E eu não aguentei, fui matar minha curiosidade.

Você sabia por exemplo que SCUBA significa “Self Contained Underwater Breathing Apparatus”? Pois é, nem eu. E quando que eu descobri que quem inventou o Scuba Diving, foi Jacques Costeau, que nasceu no dia 11/06, o dia mais importante da minha vida, pois foi o dia que eu nasci? Esses geminianos só me dão orgulho. E mais: descobri que o Jack, para íntimos, era documentarista e dos bons. Ganhou 2 Oscars e a Palma de Ouro em Cannes. No total fez 4 longa-metragens e 70 documentários para a TV sobre o mundo aquático. Ou seja, o cara é o meu mais novo ídolo.

E fui lá e fiz as aulas teóricas e na piscina. E só tenho uma coisa a dizer: absurdo. Simplesmente absurdo. E digo mais, é uma sensação única. Você tem que controlar o seu corpo inteiro, neutralizar todas as ansiedades e medos, você sozinho, enfrentando um ambiente e uma situação adversa. Você se obriga a sentir todo o seu corpo, a controlar sua respiração, a forçar a respirar. É uma experiência melhor que terapia. Recomendo para todos.

Para mim a questão ficou no seguinte: quando você está de baixo d’água, você está num ambiente estranho ao seu corpo, não fomos feitos para ficar mais do que alguns minutos por lá. Com esse entedimento você começa a perceber para que serve cada item que o Jacques Costeau inventou. Os tanques de ar, o tipo de ar que tem por lá, o regulador de ar, o profundímetro, tempos de subida para a superfície, como calcular quanto tempo ficar debaixo d’água e por aí vai. E entendendo isso tudo, principalemente que esse ambiente não é feito para nós e que somente forçando a barra e confiando no Scuba do Jacques Costeau, é que vamos conseguir enfrentar e ver todo esse universo.E aí sim, vamos perceber e sentir tudo o que pode ser proporcionado. O mergulho para mim é um entendimento, na minha opinião, muito maior do que apenas a técnica de mergulho. Existem questões humanas até.

Todos deveriam mergulhar. E olha que eu ainda nem mergulhei de fato – só nesse fim de semana é que irei fazer o batismo, que é a prova final para eu obter o meu certificado. E pelo visto, e se eu tiver dinheiro suficiente, vou fazer muito ainda. E não vejo a hora de iniciar essa fase da minha vida.

Mas o que o Seu Antenor tem a ver com o isso tudo? Ainda não falei com ele – to esperando minha barba crescer um pouco mais – mas tenho certeza que ele vai gostar, fora que ele deve ter muitas boas histórias para contar. Jacques Costeau marcou toda uma geração, com suas histórias do mundo debaixo d’água e seus documentários, inclusive ganhando Oscar em 1956 com o documentário Le Monde du silence e em 1964 com outro documentário aquático chamado Le Monde sans soleil, esse último também ganhou a Palma de Ouro em Cannes. Foi o primeiro documentário a ganhar os dois mais reconhecidos prêmios do cinema. É o meu novo ídolo.

Abaixo  segue um apreritivo do  primeiro Oscar de Jacques Costeau “Le Monde du Silence” (O Mundo do Silêncio) de 1956. Aproveitem e se imaginem lá dentro:

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*** um errata e grave: Le Monde Sans Soleil (O mundo sem sol) não é um documentário, e sim uma ficção. E para não ter mais dúvidas dos trabalhos cinematográficos de Jacques Costeau, segue o perfil dele no imdb: http://www.imdb.pt/name/nm0184150/

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De Santiago a Guarulhos

O motivo por eu não ter escrito na última semana foi meu distanciamento de tudo o que estou acostumado a fazer todos os dias, desde pentear o cabelo até usar o computador. Calma, não sou radical e estava em grupo, ou seja, algumas coisas continuei fazendo.

Estou sem férias há 3 anos, devido a isso aproveito qualquer feriado prolongado para encaixar uma viagem. Tive a sorte e oportunidade de voltar para Santiago do Chile mais uma vez.

Ano passado tive uma experiência não muito agradável com essa mesma viagem, na mesma data, mas isso é uma outra história. Desde essa “Bad Trip” prometi voltar esse ano, pois me considero um cara com relativa boa sorte, então esse ano minhas chances de ter uma viagem bem sucedida eram exponencialmente maiores.  Sabe aquela história, que um raio só cai no mesmo lugar uma vez? Então, sei que não é verdade, mas funciona comigo.

Chegar em Santiago é uma maravilha antes de pousar. Do avião já podemos observar os Andes com direito a narração e comentários do piloto que por um breve momento incorpora o guia turístico descrevendo a vista em vários idiomas. Sorte dos que sentam do lado direito do avião, que conseguem observar o Aconcágua  (ponto mais alto das Américas, de todo o Hemisfério Sul e o mais alto fora da Ásia), enquanto os passageiros da esquerda observam os passageiros da direita tirando foto e se contentam com o resto.

Santiago é uma cidade grande, bem organizada, boas avenidas e pinta de primeiro mundo. Saindo do aeroporto você tem um horizonte mais otimista com as montanhas ao fundo, o que acaba dando um ar mais simpático à cidade. Durante uma hora de viagem vagarosa por uma estradinha sinuosa, a cidade vai ficando para trás e nós brasileiros nos deparamos com um cenário totalmente diferente do que estamos acostumados. Não vou alongar muito, basta olhar a foto.

A chegada em Santiago é muito diferente da que temos no aeroporto de Guarulhos. Chegando aqui você já está meio puto da vida porque a viagem acabou, porque o vôo atrasou, porque você chegou às 18h de uma quarta-feira e a única coisa visível no horizonte, fora a famosa “calota” de poluição e o rio Tietê, é a fila interminável de carros na marginal que leva o mesmo nome do nosso adorável rio e também um dia de trabalho perdido.

Coincidentemente, ontem e anteontem a meteorologista da rádio CBN errou feio na previsão e não alertou os paulistanos das chuvas que estavam por vir, e que segundo ela estavam no sul do Brasil. Sim, lá no sul do país, bem longe. Elas devem ser muito rápidas. Mas enfim, Guarulhos não quis ficar atrás e resolveu imitar um pouquinho Santiago. Esse é o espírito, procurando sempre melhorar, mesmo que não acabe muito bem.

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Lado Silvio Santos X Lado Godard

Apesar do feriado de 7 de setembro, o motivo para eu não ter escrito na semana passada, infelizmente, não foi uma viagem. Foram dois trabalhos que me consumiram a semana toda.
E para aqueles que não sabem, eu trabalho num programa de TV da Band, o Busão do Brasil. Isso mesmo! Aquele reality show de confinamento em um ônibus que viaja pelo país. E antes que alguém questione a integridade ou a qualidade do programa, eu já assumo logo de cara: adoro o que faço.
Antes de entrar na televisão, só trabalhava em produtora. Queria ser roteirista mas nunca conseguia. E também tinha um baita preconceito com os programas da TV aberta. E foi aí que o acaso resolveu me pregar uma peça e o meu primeiro trabalho como roteirista apareceu justo em um programa do SBT. E o que aconteceu? Eu adorei trabalhar nisso.
Foi uma experiência catártica descobrir que eu gostava de escrever frases no imperativo mandando as pessoas assistirem o programa. “Não perca!” “Venha você também!” “Apague as luzes e embarque nessa aventura!” Foi legal descobrir como é prazeroso escrever trocadilhos com a palavra “cachorro”. Do tipo “uma aventura doida pra cachorro”. Acho que todo mundo deveria fazer isso pelo menos uma vez na vida.
Mas é claro, existe o outro lado. E foi exatamente nesse lado que se encaixava o meu outro trabalho. Dirigi dois curtas com o Luiz, que também frequenta a Barbearia. E nesses curtas aproveitei para satisfazer todos os meus desejos de ex-estudante de cinema. Abusamos do desfoque, da sobreposição de áudios e dos planos iranianos. Ah! Como é bom fazer planos iranianos! Deixamos a câmera parada e pedimos para o personagem andar tranquilamente em nossa direção. Esse plano demorou 2 minutos. E todo mundo que assistia, bocejava. Era esse o objetivo mesmo.
Bom, foi exatamente por causa desses dois trabalhos completamente opostos que eu acabei não escrevendo na semana passada. Fiquei tão ocupado satisfazendo o lado Silvio Santos e o lado Godard que não me dediquei ao lado Barbeiro. Mas, faça chuva, faça sol, a barba continua crescendo. Além disso, não poderia deixar de dar uma passadinha na barbearia no dia do meu aniversário. O seu Antenor me mataria.
Segue aí um trecho do Busão do Brasil e um curtinha que fiz há 3 anos atrás.

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A volta da barbearia

Depois de uma semana parada, por motivos de força maior, a Barbearia retorna. O tema? O que você fez durante essa semana para não ter escrito o texto?

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Nerds e o sexo, Shakespeare e cerveja

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cerveja x chopp

Cerveja ou Chopp, eis a questão.

o chopp tende a ser mais cremoso, é mais suave e é perfeito para tomar quando esta calor. Ultimamente tenho tomado com uma frequência boa. Mas não em bares, tenho tomado com amigos o barril de chopp da Heineken. E pelo visto vou tomar durante um tempo, como mostra a foto abaixo. A idéia é completar a parede.

O chopp brasileiro dos nossos bares são refrescantes e muito bons. O bom e velho chopp Brahma continua sendo muito bom, porém o grande problema é o preço. Ou é o que mais se discute em relação a ele. Por exemplo, um barril de chopp Heineken custa em média 40 reais no supermercado, tem 5 litros e você toma em casa ou numa festa com amigos. Em média, se você está em umas 6 pessoas, você toma uns 10 chopps brincando. O chopp Brahma dos bares da Vila Madalena chegam a custar R$6,00. E se eu tomo uns 5 chopps, o que não é raro, eu ja gastei 30 reais mais o serviço. Eu acho caro. Vale a pena pelo lugar as vezes. Mas acho que a intenção de ir no bar e tomar um chopp mudou para mim. Agora vou mais quando me convidam para um encontro com amigos, ou até um aniversário. Não vou mais para tomar umas, entende?

Essa semana fui cortar o cabelo e começamos a discutir sobre o chopp dos bares da Vila. Não sobrou nem para a terça em dobro, “metade do copo é de espuma. Se eu quiser espuma, tomo detergente” soltou um dos barbeiros mais alterado e indignado com a situação. Os comentários para a cerveja então foram “agora nem latinha da para tomar, ta muito caro!”, ou ainda, “cerveja de garrafa por R$6,00 é um roubo!”. Mas é a lei de oferta e procura. Se tem gente pagando, tem gente vendendo caro. Enfim, a conclusão foi que gosto não se discute.

Mas para mim, tenho mudado minha percepção da cerveja. Redescobri as cervejas artesanais. Eu sempre fui muito fã, porém o meu orçamento não comportava o meu anseio por porres e por engradados. Agora não, descobri que posso tomar com tranquilidade uma bela de uma India Pale Ale ou ainda uma Dunkel, tentar entender os aromas e os gostos, e ainda lembrar que toda essa complexidade vem de uma cerveja. É um prazer imenso. Ou seja, as cervejas artesanais são mais caras, mas te oferecem outras sensações, é um jeito diferente de tomar cerveja. E eu estou mais nessa onda ultimamente.

Fora tudo isso, tenho a impressão que a oferta por esse tipo de cerveja cresceu muito, tanto em supermercados, quando em bares pela cidade. E pelo que eu me lembre começou com a Erdinger e foi embora, passando pelas brasileiras Petra, Eisenbahn. É uma discussão boa, por isso queria deixar minha homenagem à Cerveja Colorado, uma cerveja artesanal de 1974 feita em Riberão Preto, que só recentemente tem sido mais divulgada. Bela cerveja, bons tipos e boa divulgação. Já deu certo.

E fica uma dica para quem quer conhecer e saber mais sobre cervejas artesanais, o site da TV Breja é sensacional e vale a pena uma passada. O link é  http://www.brejas.com.br/tv-brejas.shtml

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Um pouco de curiosidade!

Em viagem recente para Europa conheci um cara meio maluco, coincidentemente, falando em maluco, estavamos em Amsterdam. Não, essa pessoa não usava drogas para ficar maluco, ele era um tipo diferente, inteligente e escrevia uma coluna diferenciada no blog Sedentários  & Hiperátivos. Quando retornou ao Brasil, ele escreveu um texto muito bacana sobre a Heineken, que tem sua cervejaria no centro de Amsterdam.

A coluna chama Dicionário das Marcas e pode ser encontrada no endereço:

www.sedentarios.org

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Qualidade é mais importante que boa propaganda? Boa propaganda é mais importante que qualidade? Existem exemplos dos dois casos. Certamente você deve conhecer aquele produto sem qualquer ação publicitária, mas que no entanto é conhecido por todos. Por outro lado existem também as mercadorias baseadas no puro marketing. Outro dia ouvi um senhor dizer ao neto numa pizzaria, enquanto o garoto pedia um refrigerante: menino, toma um suco. Refrigerante é uma droga. Se isso fosse bom você tomava quente e sem gás, mas não é o caso. O vovô tem razão? Tomaríamos refrigerante sem propaganda? Se pensarmos que essa indústria é uma das que mais investem em publicidade, surge a dúvida… De qualquer forma existem os casos que unem qualidade com boa propaganda. Na história da Stella Artois isso ficou bem claro e o mesmo aconteceu com a Heineken. Em 1864 no coração de Amsterdã havia uma cervejaria de nome De Hooiberg (o palheiro). Lá era produzida uma cerveja vulgarmente conhecida como “cerveja do trabalhador”. Não era uma marca, mas um conceito, uma bebida concebida para a massa.

O jovem empresário Gerard Heineken estava de olho na De Hooiberg. Com uma ajudinha financeira da sua mãe, ele planejava comprar a empresa e mudar tudo. Não queria vender para os trabalhadores. Queria vender cerveja para os cavalheiros holandeses, os donos do dinheiro. Para alcançar esse mercado ele precisava mudar a qualidade da bebida produzida pela Hooiberg. Para isso contou com a ajuda indireta do famoso cientista Louis Pasteur.

É de conhecimento comum que a cerveja é uma bebida fermentada. Em seu processo de fabricação, o qual não vou entrar em minúcias, são adicionadas leveduras ao mosto. As leveduras nada mais são que fungos que transformam em álcool os açúcares encontrados no mosto. No caso da cerveja, o mosto em geral é uma mistura de cevada, água e lúpulo. Eu disse geralmente, pois sabemos que existem cerveja feitas à partir de outros cereais.

Pois bem, e como diabos entra Pasteur nessa história? Esse cientista francês descobriu, entre tantas outras coisas, como funciona o fascinante mundo dos microorganismos. Sim, Pasteur sacou que escondido pelo seu minúsculo tamanho está um universo repleto de vírus, bactérias e fungos. Apesar de microscópicos, essas coisinhas interferem (e muito!) na vida dos humanos. Interferem para o bem e para o mal. Veja que um fungo pode lhe dar uma baita coceira no pé. Já outro serviu para fermentar aquela cerva gelada da última sexta-feira.

Ao descobrir toda essa brincadeira, Pasteur ajudou a melhorar a produção de cerveja. E se uma levedura fosse melhorada em laboratório especialmente para fermentar a cerveja? Em sua busca por qualidade, Gerard Heineken pensou exatamente nisso. Convidou então o doutor H. Elion, aluno de Pasteur, para trabalhar com ele. Pediu ao cientista que melhorasse a qualidade das leveduras usadas na fermentação. Elion passou os próximos treze anos “purificando” uma cepa de fungos específica que mais tarde ficou conhecida como a “Levedura A da Heineken”

Esse diferencial deu à cerveja deles um gosto muito característico e uma das primeiras maneiras de padronizar o sabor, mesmo produzindo a bebida em fábricas diferentes. Agora Heineken tinha nas mãos a fórmula que transformaria uma cerveja estilo “trabalhador” numa bebida de “cavalheiros”. O empresário pôs o preço lá em cima e danou a vender seu produto para os grã-finos. A nova cerveja agradou e não demorou muito para ganhar prêmios internacionais, reconhecimento de sua qualidade superior.

O mais engraçado é que até então a Heineken não fazia propaganda, uma decisão de Gerard. Ele dizia que “um bom produto é recomendado pela sua qualidade”. E só. No entanto os tempos foram mudando e seu herdeiro, Henry Heineken, notou que para transformar a empresa numa potência o marketing seria essencial. Tendo aprendido sobre cerveja na prática e estudado administração, Henry deu continuidade ao trabalho do pai, porém levando a companhia ainda mais longe. Uma de suas primeiras e mais conhecidas ações de marketing foi durante as Olimpíadas de 1928, em Amsterdã, quando um avião escreveu no céu com fumaça o nome da marca Heineken.

Já nos anos 40 o filho de Henry e neto de Gerard, Alfred Heineken, inicia a terceira geração de administradores da cervejaria. Ele concentra ainda mais os esforços em marketing e consegue ganhar dinheiro suficiente para ter novamente a maior parte das ações da firma, anteriormente compradas por outros empresários durante as crises econômicas. A linha de sucessão acabou em 1989 quando Alfred se afastou da empresa, deixando-a sob a direção de gente de fora da família. Naquela altura e até hoje a Heineken era e é a segunda maior cervejaria do planeta.

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Os porres de um sexagenário

Na semana passada, fui lá no seu Antenor para dar um tapa no cabelo e ele me contou uma história muito interessante de um amigo seu de muitos anos: o seu Marcos.

Antes de virar “seu Marcos”, ele era o “Marquinhos”. Nasceu e cresceu em Pirassununga, interior de São Paulo. E quando adolescente, como não poderia deixar de ser, ele não teve nenhuma outra boa idéia, além da de virar pinga com refresco de laranja no coreto do centro da cidade. As bebedeiras eram divertidíssimas, e a ressaca quase nunca vinha.

Isso foi mudando quando ele chegou aos vinte. E a pinga barata com refresco já não descia bem como antes. E no dia seguinte era pior ainda. Foi aí que lhe apresentaram a vodka. “Melhor custo benefício não há!”- afirmou o Tadeu, seu melhor amigo. E realmente, com o Brasil em pleno milagre econômico, não era difícil encontrar vodka barata nos botecos da vida. Mas o Marquinhos percebeu que nem tudo eram flores, e que a bebida russa era traiçoeira. Depois de ter chutado o seu cachorro, batido no melhor amigo e terminado a noite com chave de ouro chorando na sarjeta, ele jurou que “vodka nunca mais”.

Isso foi próximo dos seus 30 anos. Foi aí que ele descobriu que existiam cachaças boas, que nem desciam queimando na barriga, e nem davam a ressaca que o fez mudar para a vodka. Ele virou então, um mestre do alambique. Conhecia as melhores cachaças de várias regiões do país. Discursava em uma mesa de bar durante horas sobre uma mesma marca. O seu paladar foi mudando com o tempo, e a bebida destilada já não saciava a vontade de experimentar bebidas mais suaves. E o Marcos, que já se tornara “seu Marcos”, trocou os “shots” de cachaça por taças de vinho. O Brasil passava por uma das suas piores crises. O Collor havia acabado de sofrer o impeachment, e o “seu Marcos” já havia perdido a sua poupança para o governo. O pouco dinheiro que restou, serviu para comprar vinhos, e ele se orgulha disso até hoje.

O plano econômico mudou com o passar dos anos, e o seu gosto também. Ele adorava o vinho, mas o whisky tinha muito mais a sua cara. E conforme ele ia envelhecendo, o seu whisky também: 8, 10, 12 anos… Ele já tinha condições suficiente para só tomar o whisky com a idade do seu filho mais novo: 15 anos. Essa bebida sim era tudo o que ele sonhou a vida toda! Descia macia, deixava um gosto forte que sobia para o nariz, não o levava para “o lado negro da força” como a vodka e, o melhor de tudo, não dava ressaca. Tudo o que um cinquentão queria!
E o seu Marcos deixou de ser um cinquentão e finalmente virou sessentão. A aposentadoria chegou e os dias passados no sofá começaram a encher o saco. A dona Aurélia, desacostumada com o maridão em casa, sempre dava um jeito de pegar no pé do “véio”. E o “véio” fez o que a maioria dos “véios” fazem: foi para o bar.

Lá no bar, o seu Marcos reencontrou o Tadeu, seu melhor amigo de Pirassununga. Peças do acaso. Conversa vai, conversa vem… de repente, em uma rápida troca de olhares eles tiveram a mesma idéia.

– Ô Polaco! Desce uma 51 com sukita! – falaram juntos.

Depois de 40 anos sem tomar porre de pinga barata com refresco de laranja, o seu Marcos, que nessas horas já se sentia o “Marquinhos” novamente, voltou pra casa abraçado com o seu amigo de infância. Ele chegou, beijou apaixonadamente a dona Aurélia e pediu para que ela fritasse um ovo.

O seu Antenor terminou de contar toda essa história antes mesmo de terminar de cortar o meu cabelo. A gente riu junto de como a vida prega peças quando a gente menos espera. Mas ainda tinha uma coisa que me intrigava. Em todos esses anos de vida do seu Marcos, passando por vários tipos de bebida, o seu Antenor não tinha falado sobre a cerveja nenhuma vez. Foi aí que com um sorriso maroto ele me respondeu:

– É que como cerveja não tem esse negócio de fase, achei melhor nem citar.

Tá certo o velho…

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Onde estou?

Como o tema dessa semana era bebida, e sou muito dedicado, sábado tomei um puta porre.

Estava sem beber fazia um tempo pra ver se perdia aqueles desagradáveis quilos extras, e acho que desacostumei com os efeitos do álcool.  Especialmente considerando que o “poison of choice” depois de algumas cervejas, foi a vodka.

Não acabou bem. Pelo menos eu acho que não. Não lembro de metado do dia, a balada na minha cabeça se resume a flashes, e o mesmo acontece com os dois churrascos que fui antes.

Lembro de estar sentado na beira da piscina da casa do meu amigo conversando sobriamente. Depois lembro de estar no supermercado comprando cerveja pra ir pro outro churrasco.

Lembro da primeira caipiroska que tomei. Estava muito boa.

Aí lembro de estar fazendo passinhos dos anos 90 ao som de double you e dando muita risada. Aí lembro de entrar no carro de outro amigo pra ir pra balada, e lembro de encontrar umas amigas na fila.

Lembro de ter encontrado muita gente conhecida dentro da balada mas não lembro do que falei com ninguém. Isso me assusta muito. Acho, que tomei vodka com energético, tenho um flash de estar equilibrando um copo e uma latinha ne mesma mão.

Depois lembro de estar pagando a conta e errando a senha do cartão de crédito. Que por acaso agora está bloqueado.

Lembro também de encontrar uma amiga no estacionamento, que me deu carona pra casa. Não sei por que sai da balada sem meus amigos que me levaram até lá se eu estava em outra cidade e um táxi pra casa seria inviável.

Acordei no domingo com uma ressaca moral ainda maior do que a física, a corrente que eu estava no pescoço arrebentada, o cinto que eu tava usando também arrebentado.

Um saldo de SMS no celular que prova que telefones celulares deveriam ser proibidos pra bêbados. O enjôo que ássei pescando o dia inteiro num barco também não foi agradável.

O preço da balada, não dá pra comentar, mas acabei de conferir no extrato da minha conta, quase chorei!

É isso aí. Pelo menos quando lembro do que aconteceu, tenho histórias pra contar. Não foi o caso dessa vez!

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Com a palavra, a Candidata

Depois de muita indignação durante a semana, qual seria a opinião de uma pessoa séria em meio a tanta palhaçada?

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Hoje resolvi pedir licença para o Seu Antenor. Sei que uma barbearia é lugar de homens, mas o que seriam dos homens se não fossem nós – as mulheres. Afinal, li outro dia que até o Seu Antenor tem uma musa inspiradora – Dona Irene.  
 

Muito simpático, Seu Antenor, abriu esse espaço para que eu pudesse opinar sobre as eleições de 2010. 


Um olhar feminino e mais que isso, um olhar de alguém que resolveu tentar fazer a diferença. 


Não, não sou artista atrás da fama (Não tenho nenhuma habilidade artística), não sou esportista (Que me perdoe os atletas, mas sou sedentária), não me intitulo nenhuma fruta (Acho que já estou um pouco passada) e também não tenho veia cômica (A vida me ensinou a ser séria demais).


Sou apenas uma mulher que sonha, acredita, luta e conquista. Sou como muitas mulheres da minha geração. Sou perfeccionista, gosto e posso exercer o comando e o controle das ações para alcançar os resultados que almejo. Busco no dia a dia a independência, a liberdade, a identidade própria e luto profissionalmente e emocionalmente para ser valorizada e compreendida.


Nunca tive medo do novo e sempre busquei as coisas que acredito. E é com essa determinação que vou em busca de alcançar os meus objetivos. Como muitas, exerço múltiplas tarefas, sou amiga, companheira, mãe, profissional e batalho de maneira incansável pelos direitos de hoje e do futuro das novas gerações.


Sou candidata a Deputada Federal e vocês sabiam, por exemplo, que a Argentina tem 38% de mulheres no parlamento e nós apenas 9%?


As dificuldades que tenho enfrentado são imensas. Candidatar-se a Deputada Federal, nesse mundo é o mesmo que enfrentar uma guerra. Começando pelos recursos.

Fala-se muito em reformas… Aliás, em época de eleição fala-se muito… Não é mesmo Seu Antenor? 


Vejam a reforma política. Poderiam e deveriam começar a reforma definindo sobre o financiamento das campanhas, que deveria ser exclusivamente pública. Com certeza isso evitaria que os caciques de plantão, que são patrocinados por empresas privadas, em troca de favores, continuassem na vida publica.


Devemos lutar por medidas que aumentem a transparência, o dialogo e o respeito entre a classe política e a sociedade. Valorizar o talento, a honestidade e o patriotismo em vez de indagar, por exemplo, a filiação partidária. 


Bem, filiação partidária… Tenho que pedir licença para o Seu Antenor e voltar outro dia.


Olha, Seu Antenor, a campanha não reflete exatamente todos os candidatos. Dê a oportunidade para que outros se apresentem. Nem que for para ver o Seu Antenor fazendo a barba dos seus clientes, olhando as moças passarem, e se indagando: Para que servem as eleições?


Temos grandes lideranças sociais, intelectuais que estão envolvidos dando um passo para a renovação. Afinal não podemos apenas valorizar o PÃO E CIRCO.


Obrigada pelo espaço. Até a próxima.

Silvia Palma”

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eleições? que eleições?

a verdade é essa meus amigos.

Tanto eu como o Seu Antenor não entendem mais para que servem nossas eleições. E eu falo isso me baseando na campanha política. O que estamos vendo é um show de horrores na campanha, principalmente na campanha de deputados federais e estaduais. Esse espaço na tv não deveria ser para isso, para a campanha dos deputados. Não faz sentido algum, ninguém vai escolher um candidato que fala em 7 segundos para você, sendo que desses 7 segundos 3 segundos ele gasta falando “com Fulano governador e Ciclano para presidente”.

Falam em reforma política. Eu confesso que não acompanho tanto essa discussão, mas pelo que eu imagino, o que deveria ter é uma reforma na campanha política. Pela primeira vez estão usando a internet para a campanha. Mas o que chega para todo mundo são videos do youtube que são verdadeiras piadas e nos fazem rir. Tudo bem, nós brasileiros somos um povo que gosta de se divertir, tirar sarro dos outros é um verdadeiro esporte nacional. Mas isso se tornou a coisa principal, não se discute com a grande maioria as grandes questões. Alguns até tentam, mas ninguém parece querer ouvir. Principalmente porque tudo isso é obrigatório. Temos que passar por essa obrigatoriedade a cada 2 anos. Ninguém gosta de ser mandado, por isso virou essa zona.

Eu ainda não pensei em quem vou votar. Se fosse para votar amanhã, anularia, mas não quero fazer isso, me sinto na obrigação de pelo menos conhecer algum candidato, tanto para presidente quanto para deputado estadual, que pelo menos fale alguma coisa que não seja absurda e que tenha vontade de fazer algo, nem que seja arruamar as calçadas das ruas, sei lá. Por isso, a internet ainda é o melhor meio de comunicação para conhecer melhor os candidatos, na minha opinião. Mas veja bem, a melhor opção para eu conhecer os candidatos. Eu que provavelmente faço parte da minoria que tem tempo e dinheiro para ir na internet procurar candidatos.

Só sei que essa campanha da tv parece um tiro de misercórdia nos políticos em geral. É uma asneira ver o Tiririca falando o que ele fala, o Maluf pela 73ª vez falando das mesmas obras que fez, Ronaldo Esper falando que vazo ruim quebra sim e por ai vai. E a maioria desses candidatos vão ganhar, pode escrever. A campanha obrigatória na tv é uma piada. Voto obrigatório é uma piada. Nos obrigarem a ver todos os dias, 2 vezes inclusive, a esses discursos que não nos levam a nada. É ridículo. É a verdadeira comédia da vida humana.

Cadê a democracia? Antes de votar temos que formar cidadãos para viver em sociedade e o que estamos criando é uma sociedade do espetáculo, da fantasia. E todos vão continuar reclamando de suas vidas e do político que está lá em Brasília – que aliás, é tão longe que aposto que 99% dos brasileiros nunca pisaram por lá. E nem devem querer. Imagina se fosse obrigatório.

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Eu já sabia! (Espero estar errado)

A eleição desse ano está uma vergonha. Fui obrigado a ser mesário por 4 eleições seguidas e nunca estive tão indignado. Eu me sinto angustiado com os candidatos disponíveis, e mais ainda pelo povo que vota neles. Está cada vez mais difícil encontrar bons políticos, que sejam boas pessoas. Não quero dizer pessoas boazinhas, mas sim honestas, íntegras, determinadas, cujas atitudes são  coerentes com o que falam e cujas palavras expressam o que realmente pensam, e que são direcionadas por princípios que visam o bem comum.

Esta é a parte mais difícil de encontrar nos políticos e nos candidatos: uma visão do bem comum associada a uma disposição verdadeira de trabalhar por esse ideal. O que vejo são pessoas agindo como toupeiras, por baixo do pano, surrupiando o mais que podem do bem público em benefício dos seus próprios interesses, enquanto negam veementemente qualquer acusação indignada que lhes seja dirigida e continuam com o mesmo sorriso inexpressivo diante das câmaras e de todos. Verdadeiros caras-de-pau! Caras de pau a ponto de proibirem que comediantes façam piadas dos absurdos que acontecem, em defesa de suas imagens.

A eleição será ideal quando partidos se preocuparem mais com a estrutura das idéias que define a filosofia do partido e não com pessoas que possam trazer votos e ao mesmo tempo eleger políticos sem representatividade, que nunca seriam eleitos se não fosse pela chapa.  

Dessa forma evitaríamos que pessoas que fizeram algum sucesso em outras áreas apelem para a política no fim de suas carreiras decadentes e as eleições seriam estruturadas, não uma piada. Um exemplo disso são países como Espanha, Alemanha ou EUA onde existe no máximo 2 ou 3 partidos bem posicionados.  Por aqui, vivemos uma salada de frutas onde coligações são formadas todos os dias e políticos de um mesmo partido apoiam diferentes candidatos à presidência.

Infelizmente, para esse ano temos de um lado os políticos que agem como querem, não como deveriam. Do outro, eleitores, acomodados e satisfeitos com o bem estar social proporcionado pelo governo Lula através, por exemplo, do Fome Zero ou Bolsa Família e já sabem o que querem para os próximos anos. Essa eleição será uma continuidade do mesmo.

Espero que para os próximos anos o país continue melhorando, com mais pessoas tendo acesso à boa educação, ensino superior e informação de qualidade. Só assim teremos eleitores conscientes, políticos de verdade sendo eleitos e uma eleição no mínimo digna.

” Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão.”
(Eça de Queiroz)

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Afinal, o que faz um deputado federal?


Durante uma das tardes passadas na barbearia, vi na TV de tubo anos 80 do seu Antenor, o horário político eleitoral. E nele, a propaganda do candidato Tiririca.

“O que faz um deputado federal? Na realidade eu não sei. Mas vote em mim que eu te conto.” Esse é o texto do vídeo do comédia, candidato a deputado federal pelo PR (partido da república).

Mas afinal, o que faz um deputado federal?

O Tiririca não sabe. E a grande maioria da população também não. O deputado federal, assim como o Senado, faz parte do Poder Legislativo. Ele trabalha para o governo federal, mas é eleito pelo estado em que legisla. Ou seja, um deputado de São Paulo é eleito somente pelos habitantes de São Paulo. Basicamente, a Câmara dos Deputados (composta por 513 membros) tem duas responsabilidades principais: elaborar leis de âmbito nacional e fiscalizar os gastos do poder executivo, ou seja, principalmente do Presidente da República.

Os projetos de leis são elaborados por comissões montadas por estes deputados. E como essas leis são de abrangência geral, você pode imaginar projetos de todos os tipos: lei para diminuir a idade mínima para se tirar a carteira de motorista, travas burocráticas para fiscalizar os outros poderes e instituições, licenciamentos para a indústria, proteções ambientais em geral, etc… Depois de elaborados pelas comissões, estes projetos vão para a votação no plenário.

Além disso tudo, é responsabilidade dos Deputados Federais instalar as famosas CPI’s. Que são conhecidas principalmente por fiscalizar irregularidades, falta de ética, roubos e desvio de dinheiro dos políticos em geral.

Confesso que achava hilário o Clodovil andando pelo Planalto com aquele terno e uma pasta “chiquérrima”. E que também morro de rir com todos os filhos que o Enéias fez espalhando seus genes mesmo depois de morto. Mas, olhando melhor a questão, vem uma pergunta: o que a gente tem na cabeça pra colocar um cara como o Clodovil, o Tiririca ou Kiko do KLB para criar e votar em leis de âmbito nacional e ainda fiscalizar se os gastos do Presidente da República estão sendo bem feitos?

Na política do pão e circo, pra que se preocupar com o pão se o circo já garante cadeiras no plenário? Pra isso vale tudo, até ressuscitar o rei do pop.


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Lembra do Bozo?

Bom, to escrevendo de improviso, e as 8 horas da manhã não consigo ser engraçado. Vou ter que ser revoltado mesmo.

Que palhaçada é essa que viraram as eleições no Brasil? Ainda tenho que ouvir que as eleições aqui são exemplares, dão baile em muito país de primeiro mundo.

Só por que tem um sisteminha eletrônico? O que esse sisteminha eletrônico faz é facilitar milhões de analfabetos e analfabetos funcionais a votar errado.

O que dizer de uma país que tem como candidatos duas mulheres fruta, vários ex-palhaços e até 2 ex KLB. Essa eu não entendi. Sempre achei que isso era coisa de famoso que tá falindo. Mas eles eram ricos.

Então é busca por fama mesmo.

Bom, que bosta!

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MÚSICA PROSTITUIDA

Esse texto foi enviado por um grande frequentador da Barbearia. Breno Barlach!

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Acordo assustado, pensando que perdi a hora. Olho ao redor e a escuridão me acalma. Ainda é madrugada. Mas não consigo voltar a dormir, passei o dia inteiro ouvindo o último disco do Iron Maiden e uma das músicas insiste em não sair da cabeça. Enquanto tento voltar a dormir, uma idéia surge. Uma espécie de desafio a mim mesmo. Nos próximos dias, escutar todos os discos do Iron Maiden em seqüência. Tempo não falta, ouvindo um disco a caminho do trabalho e outro na volta, seriam 7 dias.

Sim, sou fanático por uma banda. Já fui mais radical, mas quando os hormônios baixaram – depois dos 16 isso costuma acontecer, fique esperto se não tiver ocorrido com você ainda – eu me acalmei. Mas a banda ainda é minha grande paixão musical. Espero ansiosamente pelos discos novos há mais de 10 anos, para voltar a ter aquela sensação única de ouvir uma música de minha banda preferida pela primeira vez. Talvez pelo meu passado mais revoltado, ou quem sabe devido à fama dos fãs fanáticos (desculpem o pleonasmo), mas já fui muito criticado por ser apaixonado por uma banda. “Ah, você gosta de tudo o que eles fazem! Se eles gravarem pagode, você ainda vai aplaudir!”. Ingênuos. Bandas preferidas, times de futebol (e algumas mulheres) não nos traem assim tão facilmente. Sim, eu gosto de tudo o que eles gravam, mas apenas porque tudo o que eles gravam é bom. E é esse o ponto que eu queria chegar com essa longa introdução. Eu tenho paixão por uma banda. Ouço um disco novo e sinto como se já conhecesse aquelas músicas. Eu respeito pessoas assim como eu. O cara que ama Bob Marley. A menina apaixonada por tudo já gravado por John Lennon. Meu pai e seu amor incondicional aos Rolling Stones. Ou a paixão de uma amiga minha pelo Chico Buarque.

E, do mesmo modo, não compreendo o que seria viver sem essa paixão pela música. Por algumas músicas. Porque quem diz gostar de todas, não ama nenhuma. Já fui acusado de ridículo, por gostar tanto de um grupo de metal, que, como foi dito aí embaixo, usa calças coladas, tem cabelo comprido e canta fino. Nunca fui de responder, mas sempre penso, ridículo é ouvir uma música no rádio hoje, gostar, dormir e não se lembrar dela amanhã. É uma pena que essas pessoas, críticas da paixão pela música (ressalto: qualquer música), nunca saberão a sensação de ouvir uma canção pela primeira vez sabendo que aquela será sem dúvida uma de suas canções favoritas. As músicas, para elas, são passageiras. São como mulheres promíscuas. São paixões momentâneas, curtas. Isso para mim não basta. Para mim, não há nada como aquilo que senti quando o estádio inteiro acompanhava as guitarras com um “ooOOooooOO” em Fear of the Dark. Assim como não há nada como olhar para a mulher por quem se está apaixonado. Aquela que sabemos não ser mais uma. Aquela com quem vamos dormir à noite e ainda vamos querer saber o nome de manhã. Devoção, meus amigos, pode ser algo bom. Se o que queremos não se concretiza, sofremos mais. Mas somos muito mais felizes por cada vez que o objeto de nossa devoção cumpre com o que esperávamos. Seja o retorno do olhar daquela garota. Ou uma combinação óbvia de três acordes bem tocada.

Além de radical, fanático, entre outros, também já fui chamado de romântico. E infelizmente, ouvir “você é muito romântico” hoje em dia, seja em relação às mulheres, à música ou até ao futebol, deixou de ser um dos maiores elogios.

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Os rótulos na música

Não existe música de macho. Também não existe música gay ou de mulher. O que existem são bandas e cantores mais ou menos estranhos.

Não dá, por exemplo, para cogitar que os caras do Iron Maiden sejam veados. Apesar de usarem calça colada, cabelo comprido e cantarem fino, são machões, não há dúvida.

Freddie Mercury tambem é um caso interessante. Ele era gay, todo mundo sabe. Embora tivesse voz grossa, cabelo curto e bigodão, fora do palco, pintava as unhas e usava salto alto.

No fundo, tudo é uma questão de como os caras se apresentam às pessoas.

O Chico Buarque, um cantor pelo qual todo mundo põe a mão no fogo, já fez músicas tanto para homem quanto para mulher. Ou seja, já teve seus musos e suas musas.

O Caetano – certamente, um pouquinho mais suspeito – escreveu o Menino do Rio. Uma canção para um garoto que andava de sunga pelas praias cariocas, tinha um dragão tatuado no braço e jogava futevôlei.

Rótulos para artistas e públicos não faltam. Com a mais recente (e óbvia) aceitação do lesbianismo, um monte de gente vem dizendo que a turma da Ana Carolina, da Zelia Duncan e da Adriana Calcanhoto só tem fã sapatão. Não concordo, pois conheço homens, mulheres e gays que curtem as moças.

Até o Fagner, bem menos moderninho, cabeça-chata e nariz batatudo, já declarou que teve um caso com um homem. Tem inclusive uma história de um show que ele fez no Canecão em que um cara subiu no palco e lhe tascou um beijo. Antes de saber do caso, eu mesmo já pensei ser impossível um gay gostar de Fágner.

Isso tudo só prova mesmo que música não tem sexo. E, como toda arte, cada pessoa assimila de um jeito. Afinal, quando o Tim Maia cantava Gostava Tanto de Você, ele queria falar do amor como um todo. Não do amor específico entre um menino e uma menina, um cãozinho e uma cadela ou do amor entre um garçom e um taxista.

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The first, my last, my everything

Música de homem é um tema excelente, mas muito amplo. Os meus colegas de barbearia comentaram bem já. E pensando bem, resolvi falar sobre o Homem que toda mulher gosta de ouvir, como nosso locutor das sacanagens Barry White.

Uma pesquisa feita nos EUA, (mas não me lembro da fonte…) disse que 90% das mulheres americanas pensavam em sexo quando ouvia Barry White. Mas por que? As respostas foram as mais variadas. E passavam pelo groove, pelo rouco da voz dele, pelas sussuradas que ele da – que parece que é no ouvido da amada -, pela ginga pura e pela paixão que ele se entrega em cada música. Realmente o cara tinha o dom da conquista da mulherada, ele enfeitiça.

Trazendo para a realidade tupiniquim, podemos mal comparar o mestre Barry com o Wando. Não deixa de ser verdade, o cara disse que ja transou com mais de não sei quantas mil mulheres. Mas o Wando tem um jeito mais cafajeste, típico do estereótipo de homem brasileiro, o famoso malandro, quase um latin lover, que a mulherada não cansa de cair na lábia. Nesse sentido ele e o Barry White jogam no mesmo time.

Outro cara que traduz bem o que é música de Homem é o rei Roberto Carlos. Esse sim, traduz todo o sentimento masculino. Consegue aliar sofrimento, esperança e pura paixão. As músicas do rei são de uma sinceridade, traduzidas em letras simples e interpretadas com muita honestidade, muito fervor. Roberto Carlos canta o sentimento masculino, sem ser cafajeste, pelo contrário, tem uma elegância invejável. Por isso é o rei.

Afinal, quem não gosta desse tipo de música? Ou alguém acha que o Wando não é cafajeste e que o Robertão não tem classe? E o Barry White, sempre é bem vindo numa balada? Me falem o que acham! Segue uma amostra de cada um:

    

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Ajuste sua Sintonia

 Música é pessoal e intransferível, toda pessoa adulta, vacinada e registrada tem o direito de escutar o que quiser. Rock, Blues, Jazz, Indie, Samba, MPB, Reggae e Música Clássica formam o repertório de todos. Esqueci algum estilo? Acho que não.

 Claro que algumas pessoas confundem um pouco as coisas. Há algum tempo atrás uma conhecida  falou ser fã incondicional de MPB, indaguei qual era a banda predileta dela, quando veio a surpresa: Capital Inicial. Mas tudo bem, deixa ela, que diferença faz. O importante é a experiência e o que a banda traz de positivo para ela. Ou seja, o fim justifica o meio.       

 Para mim a música tem que ser vibrante e fazer com que eu me envolva na mesma sintonia. Geralmente me identifico com bandas, compositores e pessoas que buscaram algo fora do comum ao fazer suas letras e melodias. Na maioria das vezes a mistura cultural de ritmos e estilos me agrada bastante.

 A mistura entre Oriente e Ocidente já foi feita com maestria e genialidade. Após uma longa viagem para a Índia, experimentar LSD e conviver com um líder espiritual, George Harrison expandiu sua consciência e passou a ser capaz de levar o ouvinte “a um breve estado de transe transcendental que ele mesmo tanto praticava”.

 O importante da música não é o estilo, o cantor, o ritmo ou a melodia. O principal é o que a música é capaz de fazer com você.

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Jorge e Tim: os dois Babulinas no Beco do Mota

O gordinho Sebastião Maia tinha um carma do qual queria se livrar. Por trabalhar levando marmitas para o seu pai, ele ficou conhecido no bairro da Tijuca como “Tião Marmiteiro”. Ele odiava esse apelido e precisava se livrar dele o quanto antes.
Foi aí que surgiu nas rádios cariocas a sua salvação: a musica Bop-A-Lena, do Ronnie Self. Essa canção se encaixava direitinho no estilo do gordinho. Então, ele começou a usar o seu vozeirão para tentar levar alguma garota, cantando sempre a mesma musica, que no seu inglês virava “Babulina”.
E assim ia o gordo da Tijuca cantando “Babulinaaaa! Ô shis mai guééél!”. E assim o seu apelido “Tião Marmiteiro” começou a virar “Babulina”. O Sebastião estava adorando isso, mas um amigo logo o alertou sobre um possível problema. Na Zona Norte do Rio de Janeiro tinha um mulato bem mais alto e forte que ele, e que já era conhecido como “Babulina” há muito mais tempo. Com certeza, ele não iria gostar de saber que existia um outro cara com o mesmo apelido na cidade.
É lógico que o encrenqueiro Maia não quis nem saber de mudar o apelido. No seu portfólio já constava brigas com Erasmo e Roberto Carlos, isso muito antes deles pensarem na fama. Então, aconteceu o inevitável: o Babulina da zona norte apareceu pelas bandas. Era realmente mais alto e mais forte que o marmiteiro da Tijuca. Ele tinha um jeito malandro de falar e se auto-intitulava “Jorge Ben”.
Genioso, o Babulina da zona sul fechou a cara no começo. Já o “Babulina” da zona norte fazia brincadeiras para descontrair. No final das contas, tudo foi resolvido em uma serenata no Beco do Mota, na frente do apartamento da Lili, uma prostituta que nem cobrava direito e que já havia iniciado muito daqueles garotos.
Essa moça nem imaginava, mas ela acabava de selar uma amizade de dois dos maiores artistas da musica brasileira. E o resultado, é só dar uma olhada abaixo.

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Do meu jeito

Quando foi decidido o assunto da semana, fiquei sem nem saber por onde começar. Quem me conhece, e já viu o arquivo musical que carrego comigo sabe do que estou falando. Era muita referência, muita lista, muito medo de excluir algo que seria importante.

No fim das contas vou excluir tudo, assim o post não fica gigante, e ainda por cima postado com atraso não toma mais do tempo de nossos queridos leitores do que deveria.

Foram os 33 anos da morte do Elvis, ele vai ter que ficar de fora. Domingo no Glee (uma série nada de homem) vi uma versão de John “Cougar” Mellemcamp e descobri que nos Estados Unidos esse cara cujas músicas já me acompanharam infinitas vezes na estrada é considerado um cara que faz música de homem. Queria poder falar de Beach Boys, Mena t Work e tantos outros que fazem meus dias e noites mais divertidos e o trânsito mais fácil de encarar.

Mas no lugar disso, vou postar a ultimate/biggest/best/definitive guy’s song. E o melhor numa versão sing along, pra quem ainda não sabe aprender…

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Novo assunto da semana

O tema da quinta semana da Barbearia na internet será: música de homem.  Se é que isso existe…

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Tem que se adaptar

Não existe xaveco infalível. Também não existe xaveco completamente ruim. Tudo depende do seu alvo, da pessoa em que você está interessado.

Para xavecar uma comunista, o bom é chegar inventando histórias, falando que sonha em ir a Cuba, tem uma admiração transbordante pelo Stalin e que não vê a hora de se alistar no Exército Vermelho.
Ser absolutamente contra algumas coisas sem sentido também ajuda.

– Qual a sua posição sobre a crase?

– Sou contra!

– E o trema?

– Você sabe, isso é pros fracos.

Já as intelectuais, preferem as discussões acaloradas sobre arte:

– Monet!

– Manet!

– Monet!

– Manet!

Estou me comunicando com uma até hoje.

Isso é um deleite para elas. Puro halterofilismo metal. Com esse tipo de mulher, tem que saber diferenciar Karl Marx de Groucho Marx. E se em algum momento der a entender que os dois foram irmãos você está desclassificado.

No fim, sempre tem as patricinhas. Quase sempre bonitas, quase sempre cheirosas e quase sempre burras.

Aliás, este é um dos motivos pelos quais muitos homens não acreditam em Deus.

Afinal, para elas, Beethoven é um cachorro trapalhão. Cortina de ferro são aquelas de argolas. E Gandhi foi um indiano que se deu mal por ser vegetariano.

Mas tudo na vida tem os dois lados. A vantagem, com esse tipo de mulher, é que você pode ser muito mais rápido. Do tipo Deus morreu e vamo que vamo.

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Tipos de xavequeiros

Primeiramente gostaria de mencionar que escrevo este post com uma metralhadora apontada para a minha cabeça, deixo claro aqui que sou um homem compromissado e honro com meu estado civil.

Dito isso, discorro nas linhas e entrelinhas características de alguns xavequeiros, o intuito aqui não é desenvolver um guia para você mulher desesperada, somente uma humilde leitura de cada approach…

Auto-destrutivo: O cara se auto mutila, criticando a si mesmo, elogiando e enaltecendo o amigo-desavisado ao lado, que se torna a figura frágil do grupo, desta forma, deixa a entrada para as interessadas, diga-se de passagem um cara inteligente.

Fenômeno: O cara sempre está em boa fase, normalmente é xavecado, se da ao luxo de nem precisar gastar a saliva.

ilovemyself: O camarada é tão egocêntrico que o xaveco dele consiste basicamente em exaltar suas qualidades, normalmente estes cultuam o corpo ao extremo.

Kumon: Alguém, algum dia disse que um xaveco de um tal cara funcionou, desde então ele tenta fazer com que isso se torne realidade na vida dele, compra livros, cursos na internet, decora frases prontas e se o xaveco não funciona com certeza é porque ele errou em algum momento.

Heyboy: O cidadão não conversa, buzina. Atua em um nicho bem segmentado, faz tipo uma dança do acasalamento com seu veículo motorizado, seja ele de 2 ou 4 rodas.

Bolado: Engraçado que o Sr Winstrol aparece em todo o lugar com o mesmo comportamento.

Vice: Presente para suprir qualquer necessidade, não tem preconceito, ta ali pra cumprir tabela, com personalidade passiva e jogando em equipe é sempre um parceiro fiel.

O Burguês: Acha que tudo na vida é $$, costumam ter o famoso complexo de pirulitinho. Costumam ser chamados pelo nome em prostibulos.

Futriqueiro: Tenta a todo momento desmoralizar de maneira cômica e sarcástica algum dos comparsas para subir um degrau.

Pegajoso: O palhaço que acha que o jogo já está ganho antes mesmo de começar, pega no braço da mulherada, chega abraçando e beijando. Qual mulher aqui nunca foi vitima deste sujeito?

Enciclopédia: Cara de conteúdo, as vezes perde o timing e acaba fazendo uma amiga.

Humorista: Cativa a mulherada pelo senso de humor, vai dizer que você nunca ouviu uma reportagem na globo perguntando o que a gostosona solteira da novela vê num cara e ela responde – Primeiro, senso de humor…

Casado: Safado, não presta. Pode se encaixar em qualquer um dos acima descritos.

Com o mercado aquecido, cada um conquista seu espaço… Obviamente que quem apresenta um diferencial ou capacidade de adaptação à novas situações se sai melhor.

Abrasss e até a próxima sexta!

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Xaveco Romântico

História de xaveco é como história de pescaria: sempre é maior do que realmente foi.

Porém, eu tenho um amigo, que é um conquistador nato, é impressionante. Cada vez que nós nos encontramos ele esta com uma mulher. E é de todos os tipos: loira, morena, baixinha, magrela, gordinha, japonesa, negra, índigena, mestiça, novinhas, mais velhas. Ele sempre enxerga qualidades em qualquer mulher. E o mais impressionante: ele sempre está apaixonado.

Todas as histórias que ele me conta, tem mulher envolvido. Desde histórias de uma balada miada que só tinha uma mina até quando ele foi no jogo do corinthians, e pegou a chefe da torcida feminina no meio do jogo. Ele sempre pegou uma mina em alguma história. E eu acredito, o cara é bom mesmo.

Um dia, não aguentei e perguntei, “afinal o que você fala? Qual o seu xaveco?”. Ele respondeu com a maior cara lavada, maior naturalidade: Chico Buarque.

O cara não é canalha, pelo contrário ele realmente acredita em tudo o que o Chico Buarque canta e escreveu. E ele é o cara que mais conhece Chico Buarque que eu já vi, tem todos os LPs do Chico Buarque, que ele gosta de colocar na sua vitrola vintage quando leva alguma amiga para o seu apê. Ele sabe as letras de cor, declama para as amadas. Segue a risca as histórias  das músicas: atravessa a rua quando vê uma flor, como na música. Se emociona falando das letras “cara, essa é música é foda, é um jogo de palavras né, quero ficar no seu corpo feito tatuagem, ou seja, para sempre. É muito bonito mesmo”. Ele é um eterno romântico e sabe usar isso para conquistar qualquer mulher. Ele xaveca até o cachorro das meninas.

Perguntei sobre o Vinicius de Moraes. Ele não gosta. Acha que o Vinicius maltratava suas mulheres, é um romântico de mentira. “Como é que um cara me casa 9 vezes?” ou ainda “ele gostava mais de whisky do que de mulher.”. Eu achei um absurdo ele me falar isso. “O Chico fala o que uma mulher quer ouvir, por isso que elas gostam, se sentem tocadas. O Vinicius só fala de doideras, todo melancólico. Tomava todas e ficava na fossa. O Vinicius não era romântico.”. Fiquei puto, o Vininha é meu ídolo. Mas o cara tem argumentos, pois ele sempre agarrou mulher falando de Chico.

Romântico ou não, o xaveco de bar tem que ser certeiro. E esse cara chuta sempre no ângulo. E ainda faz dancinha para comemorar o gol. E você, querido leitor, prefere um xaveco do estilo do Chico ou do Vinicius?

E falar que o Vinicius não é romantico, é a coisa mais absurda que existe:

E uma do Chico, interpretando o Vininha, muito fera:

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Os astros que não xavecavam as mulheres


Me responda uma pergunta:
Você já ouviu falar do Marlon Brando soltando um xaveco barato em uma mesa de bar?
E já imaginou o Humphrey Bogart chegando numa bêbada no balcão e falando com aquela cara de taxo “Oi, você vem sempre aqui?”

Isso nunca aconteceu. Não porque os caras faziam um baita sucesso com a mulherada e eram estrelas. Mas sim porque eles eram os caras. Dava pra ver nos filmes.

O Bogart faria o seguinte. Chegaria sozinho no bar, com cara de poucos amigos, tomaria seu wisky, iria até a mulher, tomaria mais um wisky calado, olharia para ela bem profundamente e falaria “Deixa que eu pago seu drink, tô te esperando ali na mesa.” E de uma maneira inexplicável ele ganharia a companhia da moça.

O mesmo vale com o Marlon Brando. E também com o Clark Gable. É só ver “e o vento levou”. Ele passa o filme inteiro dando patada a cada atitude mimada da Scarlett O’Hara. E ela é apaixonada por ele.
Eles sim sabiam como fazer! Pelo menos nos filmes. E gosto de pensar que também na vida real.

Bom, já que não há registros sobre xavecos baratos com esses caras aí, segue uma tirinha de como seria o Clark Gable soltando um cantada sem-vergonha.

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Vai tomar no %$*&£¢¬@#

Eu acho que o Xaveco de bar é algo universal. Se não for universal, existe em todo lugar onde existem bares. Pessoas solteiras, ou não, juntas em um ambiente onde se consome bebida alcoólica só podia mesmo resultar em pares sendo formados.

Eu não sou o melhor de xavecos, sou o cara que se apresenta e pergunta o nome. Como sei que ao longo da semana meus camaradas de barbearia vão dar vários exemplos ótimos desses xavecos, que eu não decoro simplesmente por que nunca consigo usar, vou contar uma histórica verídica muito boa.

Era carnaval, estava eu apoiado no balcão de bar, quando vi uma menina que me interessou. Chamava Mônica (sim, eu lembro).  Comecei a conversar com ela, e na terceira frase chegaram uns 3 caras e uma menina amigos dela. Ela automaticamente virou começou a conversar com eles sem me pedir licença, avisar que não estava interessada, ou qualquer atitude que fizesse o vácuo que eu estava ficando menos doloroso.

A amiga dela veio me perguntar: você estava falando com a Mônica? Minha resposta foi: Tentei, mas ela é bem mal educada, e falei alguma grosseria do tipo foi educada no morro ou algo assim.

A menina ouviu, virou uma fera e veio discutir comigo. Eu entrei na briga e disse: ta vendo só como você é mal educada, já veio com grosserias. E mandei ela tomar lá, com todas as letras, ênfase e saí andando.

Passou-se um ano, chegou outro carnaval e fui pro mesmo lugar do ano anterior. Vejo uma menina bonita, e uso o xaveco mais batido do mundo. Mas não pra usar frase feita, mas por que era verdade: “Não te conheço de algum lugar?”. Ela disse, não sei, seu rosto não me é estranho. Depois de perguntarmos tudo da vida do outro, vermos que não tínhamos exatamente nada em comum, me deu um estalo!

“Eu não te mandei tomar no ** ano passado?”. Ela lembrou, começou a rir na hora. E pior que acabei faturando…

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As fases de um churrrasco

As pessoas vão chegando.
Os meninos ainda sem graça, de braços cruzados. As moças ainda arrumadinhas, segurando as bolsas. 

Todo churrasco demora um pouquinho para engrenar. É uma questão de tempo, sempre acontece. Uma equação em que as horas estão fortemente ligadas à quantidade de cerveja que é bebida.

Esta é a primeira fase da festa. Uma etapa necessária, ainda que menos animada.

A segunda parte não demora a chegar. É um estágio em que os meninos começam a se soltar, a fazerem brincadeiras:

– Carlinhos, sua lingüiça tá assando.

– Só na salsicha, né, Aninha?

E por aí vai. De piadinhas infames a deselegantes o churrasco se desenrola.

De trocadilho em trocadilho vemos o tempo passar e enchemos a barriga. Sempre em espírito de festa e alegria, caracterizados pelo clima, pela música e pelas brincadeiras.

Piada sofisticada? Só se tiver relação com o momento:

– Sabiam que o Nietzsche tem um livro de culinária?

– Sério? Como chama?

Além do bem e do mal passado.

E a diversão continua. As horas passam rápido e começa a anoitecer. É quando se inicia a terceira e última fase do churrasco, momento em que ninguém se lembra do trabalho, da hora de voltar para casa e da segunda-feira.

A segunda-feira, aliás, é um ótimo termômetro para identificar o sucesso de um churrasco. Quanto mais perto dela a festa terminar, mais bem sucedido foi o evento. 

O porteiro do prédio também tem lugar entre os personagens desta terceira fase. Por volta das oito ou nove da noite ele entre em cena, interfonando para reclamar do barulho. É um jeito bastante civilizado dos vizinhos dizerem que estão cansados de ouvir Rebolation, Ragatanga e cânticos de torcidas organizadas.

No fim das contas, por mais triste que seja, todo churrasco precisa terminar. E, apesar de o bom senso ser um conceito bastante contra-indicado depois de algumas doses de caipirinha ou cuba-libre, ainda é a forma mais segura de decidir quando ir para a casa. Sem nunca esquecer, claro, de dar uma mão ao pobre anfitrião, já que o porteiro, ignorado horas atrás, terá mais de mil motivos para não ajudar na arrumação da bagunça.

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Os personagens do churrasco

Com sol ou com chuva, churras é sempre povoado por personagens bem característicos, alguns importantes, outros não fariam falta alguma, mas o que vale mesmo é a reunião da galera, e fica a dica se beber, não dirija!

–        O churrasqueiro, aquele cara que parece que quando bebê, foi encontrado perdido no açougue, sabe tudo, ninguém encosta na grelha porque ele temperou a carne, chega normalmente 3 horas antes do churrasco iniciar. Normalmente é o encarregado de fazer as compras e carrega uma pancinha de cerveja característica, por menor que seja. O cara não esquenta a carne, faz uma obra de arte de cadáveres.

–        O ajudante, a pessoa mais bem intencionada do churrasco, troca o lixo, faz a correria do carvão, gelo, faz a melhor caipirinha do churras, lava a grelha, se oferece para temperar e colocar os vegetais na grelha… É a bondade personificada.

–        O anfitrião, sempre preocupado com a bagunça, o barulho, a louça nova, não consegue curtir a festa… Não sai do telefone explicando como os convidados devem fazer para chegar no local.

–        O bêbado, já chega “daquele jeito”, pode ter dois fins: o comediante da noite ou o vexame da noite, com grande tendência a terminar fechando com chave de ouro dançando o rebolation com o cofrinho à mostra e derrubando cerveja em quem tiver ao seu lado.

–        A patricinha, não come carne mal passada, não bebe cerveja, não fica do lado da churrasqueira pra não ficar com cheiro de fumaça e não ajuda em nada porque acabou de fazer a unhas, mas leva suas amiguinhas gatinhas pra florear o churras e fazer a alegria da galera.

–        O caçador, ninguém sabe de quem ele é amigo, dá em cima de todas as mulheres, bebe e desaparece sem pagar ou contribuir com nada. Normalmente da carona pra uma baranga, fazendo o que deve ser feito.

–        As piriguetes, dão as caras em busca de homens, geralmente vestidas completamente fora do contexto. Comem até as tampas e ajudam na caipirinha, mas fazem mais sujeira do que ajudam efetivamente. Protagonizam os amassos mais indecentes do churras.

–        O chato, normalmente este cidadão é anti-vegetariano, joga as pessoas inocentes na piscina, molha a chapinha da patricinha, vira as carnes que o churrasqueiro já tinha planejado peça a peça o que fazer, entre uma peripércia e outra, critica a performance do churrasqueiro, quando este vai esvaziar a bexiga, pega as carnes e serve somente pras mulheres, tentando levar a fama.

–        O bolado (ou Zé correntinha), faça o frio que fizer, este camarada fica sem camiseta fazendo pose, cabelo gomex desarrumado ou espetado pra cima, atende o celular com o braço inverso ao da orelha com o intuito de mostrar o bíceps, toma coca zero porque acabou de tomar bola, esta mais preocupado em ver se saiu bem na foto do que qualquer outra coisa.

–        Mr Rede social, o que seria da internet sem ele? Praticamente um Galvão Bueno do Facebook, não deixa de postar um lance sequer.

–        O fake-hippie (ou Zé sementinha), não sabe como foi parar ali, papete da timberland no pé, bermuda da Ripcurl, “politicamente correto”, colar de sementes da amazónia, olhos vermelhos, estaciona seu carrão na garagem atrapalhando todo mundo, companheiro dos vegetais, aderiu à onda do vegetarianismo há 2 meses e já “sabe-tudo”…

–        O vegetariano, bem ai que eu entro. Geralmente este que vos escreve, sofre várias tentativas de ridicularização por algum indivíduo que tem complexo de inferioridade e acredita que vegetarianos comem somente folhas. Tem de responder umas 20 vezes porque virou vegetariano e o que come no dia a dia, porque muita gente acha que vegetariano só come salada. Quando assume a churrasqueira para preparar seus leguminosos impressiona e as brincadeiras se tornam elogios, normalmente não sobra uma fatiazinha de beringela pra contar a historia.

Pergunta que não quer calar, faltou algum personagem?

E lembrem-se: Animals are friends, not food!

Vejo vocês na sexta que vem!

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A super-valorização da picanha

Afinal, o que é um bom churrasco?

ja foi dito por aqui mais de uma vez que o bom churrasco é feito com os amigos. Concordo em gênero, número e grau (a la Seu Antenor!). Também concordo que para o bom churrasco é preciso, além dos amigos, mulherada, muita cerveja, caipirinha, música boa e carne. E carne boa. E o que é considerada carne boa? Para a grande maioria se resume a uma peça: a famosa PICANHA.

Não sei como, quando eu tinha uns 17 anos, me lembro do meu pai, churrasqueiro de primeira linha e minha referência de churrascos, reclamar de como estava ficando cara a peça da picanha no super-mercado. Esses dias perguntei para ele sobre a picanha e ele simplesmente me disse que não compra mais picanha. A grama da picanha esta mais cara que o grama do ouro, segundo ele, que acompanha a cotação diariamente.

Não da para comer picanha normalmente hoje em dia. Uma peça custa em média R$45,00/R$50,00. A não ser que você vá na “super quarta-feira da carne do Carrefour”, ai vale a pena. Por isso que ultimamente eu valorizo muito mais a fraldinha, minha preferida, e a maminha em menor escala. Picanha gosto, mas dificilmente eu compro. Porque segundo seu Ciro, meu pai, “você e sua geração que adora fazer festa na churrasqueira super-valorizaram a picanha”.

Por isso meu povo, VIVA A FRALDINHA!

Abaixo, segue uma bela dica de como assar uma bela Fraldinha do Marcos Bassi na sua churrasqueira. Mas atenção, é aconselhado utilizar o “recurso do espeto”. Bom churrasco:

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Um bicampeão mundial

Amigos do blog,

segue um texto homenagem a um dos maiores artesões do corte de cabelo e mundialmente reconhecido. E que tem a barbearia na Teodoro Sampaio há modestos 60 e poucos anos.

Por Gustavo Mello

Quando tento trazer à tona minha lembrança mais antiga, sempre encontro dificuldades. No começo da vida, as imagens que se fixam são sempre dispersas: uma bronca terrível que parecia o fim do mundo, a primeira ida ao estádio de futebol (no caso um empate entre São Paulo e Portuguesa). Junto com essas imagens, uma se destaca em primeiro plano: as idas ao Salão Jardim.

Uma cadeira de barbeiro, uma almofada velha para me deixar mais alto e as mãos hábeis do Aldelson. Esse senhor desenvolveu uma intimidade estranha na minha vida. Eu não sabia quase nada da sua vida, e ele sempre soube muito da minha vida. Não só sabia da minha vida como de toda a minha família. Meu pai, irmãos, tios, primos e até minha avó quando viva frequentava o salão. Me marcou muito a relação do meu avô com o Salão Jardim. Depois da morte da minha avó, ele ia lá diariamente para conversar com a turma de barbeiros que além do Adelson, era composta pelo Nelson e pelo Orestes.

Adelson se instalou no bairro de Pinheiros em 1948. Viu com os próprios olhos como a cidade, as pessoas e os cortes de cabelos mudaram. Dizia que modernizou o corte para agradar os mais novos. Mas a verdade é que o corte que fazia em nossas cabeças era clássico. Nem moderno, nem antigo, simplesmente clássico. Talvez fosse isso que agradasse tanto à nossa família, assim como aquele ambiente onde senhores da zona oeste da cidade jogavam conversa fora com elegância e sem pressa alguma. Lá foi um dos únicos lugares onde vi o tempo realmente parar.

Me lembro como fiquei fascinado quando descobri que o Adelson era bicampeão mundial de corte de cabelo em Paris. Saí contando para todos os amigos da escola, com orgulho: “Meu barbeiro é bicampeão mundial, 1981-82!”. E assim continuei anunciando esse título por anos a fio, enquanto me transformava, crescia. Ir ao Salão Jardim cada vez mais independente era quase como uma vitória.

Mas o Adelson foi ficando cada vez mais fraco, por causa das seguidas sessões de hemodiálise. Um dia senti que precisava apresentar minha esposa ao Adelson, como dizendo “veja o que virou aquele menino que sentava nessa mesma cadeira”. Naquele dia ele mal conseguiu acabar o corte, parou no meio, ofegante, e sentou na poltrona ao lado. O que vi foi um homem que lutava para que sua vida terminasse como começou, simples e honesta. Igual aos seus cortes de cabelos.

Na última quinta-feira, dia 29 de agosto, Adelson faleceu. As palavras do meu pai resumem tudo: “Talvez as suas mãos já não estivessem tão firmes… Mesmo assim ele insistia…Um pedaço da nossa história foi-se com ele…”.

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Deixa Comigo

Eu queria muito colocar meu texto original sobre churrasco aqui no blog, infelizmente postaram minhas 3 receitas antes.  Mas tudo bem, vou falar sobre o bom churrasco de sempre.

Os churrascos são eventos democráticos, não existe segredo para fazer dar certo. Normalmente os churrascos mais simples são aqueles entre amigos. Os ingredientes são: carne, pão, sal grosso, carvão e cerveja. Muita cerveja.

Qualquer outro ingrediente desses churrascos são iguarias, e geralmente vem acompanhados da namorada do amigo, da esposa do primo ou da amiga.

Todo participante do churrasquinho ajuda na organização e a regra é improvisar com o que tem. Cada um de nós tem um jeito especial de preparar a carne, mas claro, o meu é imbatível.

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Minhas 3 receitas prediletas para o churrasco

Adoro churrasco. Principalmente, adoro pilotar a churrasqueira. Então, nada mais justo do que passar minhas 3 receitas favoritas.

Sugestão de música para animar o churrasco e deixar todo mundo mais culto

– Costelinha com mel, tomilho e limão siciliano

Ingredientes:
– 1 ripa de costela suína
– 3 limões sicilianos
– 1 xícara de mel
– Tomilho a gosto
– Sal grosso
– Papel alumínio

Beba cerveja. Em um recipiente, coloque o mel, esprema os limões e jogue o tomilho. Beba mais cerveja. Abra o papel alumínio sobre a mesa. Coloque a ripa sobre ele e conte a todos que você aprendeu essa receita durante um retiro espiritual na Patagônia, isso vai deixar a costela mais saborosa. Salpique levemente o sal grosso sobre a costela e passe metade do molho de mel com limão. Feche o papel alumínio e coloque a costela no lugar mais alto da churrasqueira. Beba cerveja durante 1 hora e meia, virando a costela de vez em quando. Tire a costela, abra o papel alumínio, passe o restante do molho e coloque ela (sem o papel) no lugar mais próximo ao fogo. Ela não só vai ficar corada, como vai subir um cheiro que vai matar seu vizinho de inveja. Voilá! É só tirar e cortar a ripa entre cada ossinho. Ela vai ficar macia e saborosa!

– Linguiça com catupiry

Sabe aquela manha de encher o povo com pão e linguiça no começo do churrasco pra ninguém ficar te estorvando? Com essa receita, você faz isso e o pessoal ainda te elogia. Vamos lá:

Ingredientes:
– Linguiça enrolada (funciona com a linguiça tradicional de gominhos, mas com essa é melhor)
– Catupiry de bisnaga

Coloque a linguiça no lugar mais próximo ao fogo. Vire-a conforme for corando. Não fure ela pra cair a gordura, isso a deixa ressecada e sem sabor. Quando ela estiver queimada dos dois lados, e cozida por dentro é claro, tire do fogo e corte-a abrindo uma fenda no meio dela. Coloque o catupiry dentro dessa fenda e volte com a linguiça no fogo. Mais 2 minutos e ela já está pronta. Ah! Esqueci de colocar pra beber cerveja, é importante.

A boa e velha picanha!

Ingredientes:
-1 peça de picanha
– Sal grosso
– Espeto (não é ingrediente mas é importante)

Pegue uma cerveja, faça uma piada sobre seu amigo e corte a peça de picanha em pedaços de dois dedos de grossura, conforme a foto abaixo.

Reclame da música que colocaram, peça mais uma cerveja, pegue o espeto e coloque 3 pedaços nele em forma de coração, furando na gordura, do jeito da foto abaixo.

Jogue sal grosso (com moderação) e deixe o espeto numa altura mediana da churrasqueira. É importante que não fique muito alto, senão a carne cozinha e fica borracha. Depois de 10 minutos, bata na carne com a faca, para que caia o excesso de sal. Quando os dois lados estiverem bem queimadinhos, mas o interior ainda suculento, é só tirar e cortar em tiras contra o fio da carne.

Depois destas 3 receitas, passe a churrasqueira para o camarada mais próximo, já que você encheu a lata e fez as melhores carnes da noite.

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Traz mais gelo!

A meu ver, todo mundo tem um tipo favorito de churrasco. Se você é brasileiro, sabe que existem vários tipos. O meu preferido não é aquele que você senta na churrascaria caríssima e passa algumas horas entupindo suas artérias com os mais variados cortes de carne, provenientes de animais mais variados ainda trazidos pro garçons atenciosos treinados pra cortar direitinho cada um dos pedaços.

Lógico que isso é bom. Mas eu gosto mesmo é do churrasco de confraternização de amigos, aquele que você chega, vai embora e se dá conta que se comeu 50g de carne foi muito. Sua maior ingestão foi sem dúvida alcoólica, fossem cervejas ou caipirinhas da entrada até a saída, sua mão não ficou sem um copo.

Quando aquela fome bate, e você vai até a churrasqueira desesperado, o churrasqueiro diz que “ainda falta um pouco”, e aí você acaba de contentando com um pedaço de pão “xuxado” (não adoram essa palavra? Típica de churrasco) no vinagrete.

Música é um assunto a parte. Além do oficial samba e pagode, o sertanejo ultimamente está em alta. As turminhas mais bacanas ouvem um house/lounge. Mas isso é democrático, como o churrasco é unanimidade nacional, aposto que é possível encontrar por aí uma galera vestida de preto, evitando o sol ao máximo e fazendo churrasco ouvindo um metal pesado.

Voltando pras minhas preferências…. O que importa é  a sensação boooua. Aquela bebedeirazinha de fim de tarde, você sentado num canto, dando risada tirando sarro dos amigos, mulherada de bikini passando pra lá e pra cá e a certeza de que qualquer assunto relativo a trabalho está longe, muito longe. Lá na segunda-feira.

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Churrasco! O novo tema.

O que eu estou fazendo de cueca aqui na barbearia? Oras, churrasco! Iríamos falar sobre mulheres cheinhas, mas alguns frequentadores, que eu não vou citar, acharam que iam se complicar… bom, vamos então falar sobre outro tipo de carne, o tema agora é “CHURRASCO”!

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Quem ama é duca

Içami Tiba é um japinha que entende tudo de conflito de gerações. Sempre
de bem com a vida, ele viaja pelo Brasil dando palestras e ajudando pais que
nunca deveriam ter tomado uma garrafa de vinho a mais, tirado a roupa e
transado sem camisinha.

Seu grande best seller é Quem ama é duca e, com ele, vem garantindo seus
jantares de gala e sua mercedez-benz, carro que ele assegura que ganhou em
um bingo beneficente. Com o dinheiro mantém também um filho e uma
filha – esta, segundo muitos, sua verdadeira obra-prima.

Antes de entrar na USP e se formar em medicina, Içami Tiba queria ser
caminhoneiro. Mas como caminhoneiro japonês era tão raro quanto
carteiro barrigudo, acabou optando pela faculdade.

Tudo, claro, com o apoio incondicional dos pais, que só bateram nele uma
vez, num dos episódios mais nebulosos da vida do psiquiatra.

Na ocasião, com pouco mais de 18 anos, seus coroas encontraram maconha
dentro de um livro de psicoterapia junguiana. 
Ele, ainda atordoado, garantiu que a droga era para fins medicinais. Bem
como o gim tônica, que não largou em nenhum momento, alegando que era
fundamental para contrabalancear o peso do corpo ao fazer o 4.

Apesar do ocorrido, nenhum outro incidente arranhou sua trajetória.
E, mesmo hoje, quase cinquenta anos depois, continua seguindo à risca sua
ideologia de educar através do amor. Nem que para isso os pais tenham que 
fazer vista grossa em relação ao uso de psicotrópicos e destilados brancos.

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Cáspita!

Sexta-feira, dia que já começa bem pelo único e exclusivo motivo de ser o último dia da semana. Me sento na cadeira, Seu Antenor envolve a capa para iniciar o corte, Lance na mão, já buscando a forma mais cômica de tirar sarro do São Paulino descontente que se despedia de Seu Antenor.

–        Cáspita! – sussurra o dono da Barbearia.

Não tinha entendido nada até avistar adentrando a Barbearia o capeta em forma de criança; Marcos, há 1 ano ele freqüenta a Barbearia. Para a tristeza dos cabelos brancos do velho lobo do mar. O anti-cristo é um autêntico garotoleiteA, sempre vestindo as roupas da última coleção para brincar, tênis da moda, vídeo-game na mão, esquece tudo por onde passa e tem uma babá que mais parece um anjo da guarda.

No exato momento em que o garoto passou pela vitrine, a expressão de Seu Antenor começou a dar indícios de que algo ruim estava por vir, já começa dando uma geral, tirando tudo o que poderia se tornar uma arma para o anticristo.

Os pais de Marcos, trabalham grande parte do dia, normalmente de final de semana viajam com amigos, raramente passam algum tempo com o garoto. Resultado disso tudo é um garoto sem limites e uma baba nova a cada 2 meses.

O capeta corre pela Barbearia, grita, esperneia, chora, derruba objetos no chão, sempre tentando ser o centro das atenções, atenção esta que seus pais infelizmente não dão e fica o vazio e a carência que se tornam indisciplina.

Engraçado que vendo esta cena, me despertou um sentimento muito peculiar, tinha vontade de dar umas boas palmadas no garoto, mas por outro lado, sentia pena pois era somente um garoto que tinha pais ausentes que compensavam com os bens materiais e mimos diversos.

54% dos brasileiros, segundo o Datafolha, são contra a proibição das palmadas, não vejo problema em pais, no calor da discussão que acabam por dar umas palmadas com fins educativos, penalizando o pimpolho por algo que ele, o educador, julga estar errado e não funcionou com a penalização verbal, considerando aqui que educar é introduzir a criança ao mundo do convívio civilizado. Esta palmada dada por um pai que ama o filho, dói muitas vezes mais no pai do que na criança, porque dói dentro da alma.

Tenho sorte de nunca ter sofrido nenhum tipo violência doméstica durante minha vida. Mas pensando em quem sofre ou sofreu espancamentos, abusos e não tem meios de recorrer a alguma autoridade e de fazer justiça e isto é um problema que me leva a repensar e lembrar de que infelizmente pertenço a minoria, num Brasil onde vemos crueldades que não temos palavras para explicar como o ser humano pode ser tão cruel com seu semelhante, tenho de concordar com esta lei, direcionada à grande maioria da população brasileira, por mais controverso que isto possa parecer. Difícil é pensar como as autoridades irão lidar com isso em meio a tanta corrupção, quem ai nunca ouviu um caso de suborno numa blitz da lei seca?

Pensando friamente, queremos promover a paz e criticamos a guerra, será que uma punição corporal não pode ser substituída pelo dialogo e castigo?

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A Lei do Bom Senso

Bom senso.

É só isso que falta para essa lei. E para quem fez essa lei. Parece pouco, mas devia ser a base de qualquer projeto de lei. O bom senso do cotidiano das pessoas. Ta certo, existem pais descontrolados, que acham que vão educar os filhos simplesmente na surra. Ta certo que muitas pessoas não tem controle sobre o filho, e se desesperam por causa disso – vide esses reality shows quando uma babá ajuda um casal a reeducar seus filhos, com várias “dicas”, com várias “sacadinhas”. Parece que educar uma criança precisa disso, fugindo da naturalidade de ser pai. Parece que é como um cachorro: fez a coisa certa, ganha biscoito. Fez coisa errada, da uma borrifada de água no focinho para aprender a lição.

Mas para mim parece uma falta de auto-crítica do próprio estilo de vida do brasileiro. Eu não sou pai – mas sou filho – e sei que quando eu fiz coisa errada, meus pais me repreenderam. Não me lembro de apanhar dos meus pais, mas lembro de muitas ameaças. Lembro que desenhei uma cidade inteira de canetinha no lavabo da minha casa e lembro muito do meu pai com a cinta na mão. Não lembro de ter apanhado, mas lembro que nunca mais fiz aquilo. Fiquei morrendo de medo de nunca mais poder ver meus amigos, de não poder jogar futebol, de ter que ficar sozinho para sempre, de ter que comer sempre salada verde, de ficar de castigo. Depois ganhei um caderno de desenhar gigantesco para um moleque de 7 anos e um jogo de carandache, aqueles lápis colorido – inclusive o lápis branco é que segurava a tampa do estojo. Lembro de quebrar vaso em casa e colocar a culpa no cachorro. Minha bola sumiu por um tempo depois disso. Nunca mais joguei bola na sala. Só no quarto. E depois de guardar o abajur para não quebrar.

Não sei, parece que as pessoas tem uma ânsia de querer resolver tudo burocraticamente, que o mais certo é viver com tudo dando certo para todos, achando que o “preto no branco” ou a super-nanny irá resolver nossos problemas e todos viverão felizes para sempre. Perfeito. E depois, o que vamos resolver? Parece que tudo o que foge de um certo padrão, o famoso politicamente correto, traz algum ruído na vida e precisa ser resolvido. Perguntas estúpidas para respostas inúteis. Por que será que a grama do vizinho é sempre mais verde? Se essa lei passar é capaz de votarem uma lei que proíbe as crianças de brincarem depois das 20hs, afinal de manhã tem escola! E o menino vai perguntar “e os jogos de quarta que passa na tv, não vou poder mais ver?”.O pai vai responder “não meu filho, se não eu vou ser preso e ainda vou pagar multa.”. Lamentável. Enfim, temos que repensar o que queremos fazer da vida, como queremos viver, o que nos satisfaz e o que precisamos no dia a dia. Uma lei sobre hábitos familiares não vai mudar em nada a educação dos filhos. E muito menos punir abusos de pais. Ouvi no CQC alguém falando que “se a lei ja existisse, os vizinhos do casal Nardoni teriam chamado a polícia”. Como assim? Tem gente fora da realidade. A fantástica e holllywoodiana cobertura da mídia sobre esse caso levou a esse achismo da população em geral, achando que devemos nos unir e combater o abuso infantil. “Eu acho que os Nardoni são culpados e não educaram os filhos da maneira correta.” Jura que você acha isso? As pessoas estão discutindo a educação no país como se estivessem discutindo um jogo de futebol.

Vamos parar de inventar leis e tentar colocar em prática as leis que ja existem. Chega de “achismos” e de “se fulano isso, se ciclano aquilo, eu acho assado”.  Como diz um amigo meu, “quem acha é o Google, você vai viver sua vida.”. Vou encaminhar uma lei para o congresso sobre o Bom Senso. Tem até nome para vender e ganhar a mídia. “A lei do Bom Senso será votada em plenário”. Bom senso sobre as atitudes, bom senso sobre a cidadania, bom senso para a educação, saúde, religião e sobre as próprias leis. Francamente.

Até o Tim Maia queria “atingir o bom senso”. Sim, o cara mais escrachado e politicamente incorreto fez uma música sobre isso, na época que ele era adepto do Racional. Até o  Tim Maia pensava nisso, um gênio da música, que morreu aos 50 e poucos anos sem nunca ter ido ao médico. E que fazia um triatlo básico diariamente. Enfim, lembrei dele por causa da música, que fala de uma fase da vida dele, que não teve tanto bom senso assim, mas ja era um começo. Pelo menos o Tim Maia viveu a vida do jeito que ele queria. O bom senso dele era ter nenhum bom senso. Tanto que a fase racional durou pouquíssimo tempo, e ficou muito tempo esquecida. O que vale é a suingueira do som dele. Vejam o clipe:


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Palmada de Amor

Sou contra a proibição das palmadas principalmente porque já passei dessa fase e estou livre delas. 

Além desse motivo, tenho certeza que desde a geração dos nosso pais e dos pais dos nossos pais,  as palmadas tiveram um papel fundamental na educação.

Nessa época a educação era muito mais rigida, tanto nas famílias quanto nas escolas. Aluno tinha que obedecer às regras da escola e respeitar toda a hierarquia escolar. Na família, o filho tinha que obedecer aos pais sem questionar.

Qualquer desvio de conduta era punido com milho no joelho, reguada na mão, cabeçada no quadro, prego na cadeira e choque elétrico.

Tudo bem,  não chegava a tanto, mas as punições eram presentes e fundamentais. Mesmo na formação das mesmas pessoas que hoje aprovam esse tipo de lei,  e que em outras ocasiões adoram levar umas palmadinhas.

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O botijão de gás do meu avô

Só depois que esta lei que proíbe a palmada pedagógica veio à tona que parei para pensar no assunto. Foi aí que percebi que, inconscientemente, minha opinião já era formada.

Sou contra, e vou dar 5 motivos para achar isso:

– O Código Penal e o Código Civil já têm artigos que punem maus-tratos em crianças.

– Falta de pulso, pressão psicológica, descontrole emocional e expectativa exagerada são as verdadeiras agressões na educação dos filhos.

– Para uma criança que ainda não entende um sermão, a correção através da expressão corporal é mais eficiente.

– Quando criança, eu era o famoso “capeta em forma de guri”. Todas as vezes que apanhei eu mereci. E sabia que merecia, tanto que desenvolvi uma técnica de fugir antes mesmo dos meus pais piscarem os olhos.

– Se com 4 anos eu tivesse levado só um sermão, e não umas belas chineladas, certamente eu teria tentado mais uma vez colocar fogo no paninho que cobria o botijão de gás do meu avó. E certamente esse texto não existiria.

Bom, lógico que tudo é uma questão de bom senso. Há dois domingos atrás eu estava vendo o Faustão e ele chamou para o palco aquela banda Restart. Daí eu pensei: “Uma cintada faria muito bem a eles.”

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Engole o choro!

Eu apanhei muito quando era pequeno!

Estranho começar um texto assim? Bom, é verdade! Apanhei de monte!

Chineladas da minha avó, palmadas e beliscões da minha mãe, cintadas do meu pai (essas, sem dúvida as piores). Até pimenta na boca minha mãe passou uma vez, de tanto palavrão que falei. Chorei tanto que ela ficou com remorso e me ajudou a lavar pra aliviar a dor.

E não acho que nenhum desses eventos tenha me traumatizado ou me feito um adulto violento, quem me conhece sabe que a situação é o contrário. A questão é que mereci cada uma de minhas surras, eu era terrível.

Quebrei vasos dentro de casa jogando bola, pichei a casa inteira com canetão, joguei ovos e pedras de gelo na casa de mais de um vizinho, moeda no meu primo com um estilingue e por aí vai.

Isso pra não comentar as brigas homéricas entre eu e minha irmã, que deixariam qualquer pai maluco. Tenho orgulho dessas brigas!!! Horror aquele comportamento robozinho ensaiado Sandy & Jr: “Nós nunca brigamos, nos amamos muito e por isso nos compreendemos em tudo, em todos os momentos”. Blééééé

Óbvio que sou contra o abuso, e sei que nesse Brasil terra de ninguém, muita criança é espancada até perder os sentidos por pais e guardiões inescrupulosos. Porém, também acredito que essa lei veio pra punir aqueles pais, que já em desespero dão um beliscão em uma criança que está a mais de meia hora esperneando e gritando no shopping. Aqueles que pegam a vara de marmelo e marcam as costas da criança que não passou a roupa direito, ou derrubou água sanitária enquanto esfregava o chão do banheiro provavelmente continuarão fora do radar das autoridades.

Resumindo: não acho que a palmada seja obrigatória, mas jamais deveria ter sido proibida.

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Proibição das palmadas, o novo assunto da barbearia

Assunto que influi na educação dos futuros barbeiros é assunto na barbearia. Foi para o Congresso o projeto de lei que proíbe palmadas e outros castigos físicos nos guris. Você é contra ou a favor? Responda a enquete!

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Até ele tinha seu lado feminino

O homem da barbearia foi criado para ser homem.

Ele dizia que era homem, gostava de provar que era homem e falava o tempo todo como homem.

Uma em cada dez frases ele começava com “homem que é homem” e terminava sempre concluindo alguma coisa sobre carros, rock antigo ou uísque.

O homem da barbearia, aliás, acreditava em uísque do mesmo jeito que acreditava em religião. E não confiava suas noites a nenhum rótulo ou messias que tivesse menos de mil anos.

O homem da barbearia, no entanto, era um ser de muitas faces.

Eu mesmo, por exemplo, já o vi comprando sapatos. Era uma botinha azul de camurça. E eu só acreditei que era o homem da barbearia porque ele não usava meias.

Para comprometer ainda mais a sua fama de mau, as pessoas diziam que ele gostava de poesia e tinha uma admiração secreta pelo Neruda. Comentavam até que ele grifava os versos prediletos e enviava discretamente às mulheres.

Antigamente, quando ouvia falar em literatura já fechava a cara. Sem nunca ter lido nada, dizia que os homens eram Marx e Nietzsche, provavelmente, mais pela barba e pelo bigode do que por qualquer outra razão.

Eu ainda acho que, se for verdade, ele só falava dessas coisas para conquistar as mulheres. Sua vida sexual não era muito agitada.

Afinal, um homem que foi criado para ser homem não anda por aí falando de astrologia e vinhos. Principalmente um homem que nunca viu a Estrela do Oriente e acha que esse negócio de cheirar rolha é coisa de veado.

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Tabu?

Nem todos os homens freqüentam uma barbearia. Pode-se pensar que esse comportamento foi uma conseqüência do lançamento do barbeador com 3 lâminas. Mas não, vem de uma necessidade intrínseca ao homem, algo instintivo. A antiga conhecida vontade de “pegar mulher”.
Pra isso, esse cara abre mão de conversa boa, revista de mulher pelada na mão, atualização nas últimas piadas de baixo calão e falar o que quiser por meia hora.
Também acorda mais cedo no fim de semana. Marcando horário antes de o galo acordar, garante que a mulherada que freqüenta o salão também estará dormindo. E assim se poupa de ouvir horas e horas (sim, por que salão não é barbearia, salão tem fila de espera) de papo sobre a novela das oito, e vida de diversas pessoas que todo mundo parece conhecer, ele não.
O benefício mais importante dos horários inóspitos: seus camaradas de bar não lhe avistarão adentrando o “Giorgio Coiffeur” ou “Jean Luc Janoir”, pois provavelmente estarão babando no travesseiro, encubando uma senhora ressaca.
Submete-se a todo tipo de sugestão esdrúxula, sobre fazer luzes, escovas disso e daquilo. E ainda por cima, precisa recusar de maneira discreta e educada, fingindo que não achou aquilo tudo absurdo e a única resposta que lhe parece correta seria matar o cidadão que deu as idéias.
Ele encara no mínimo uma hora no mais profundo silêncio, aprende a usar esse momento pra refletir sobre a vida. Pois as pessoas cortando o seu cabelo, ou varrendo o chão não são o Seu Antenor, e não entendem de futebol, muito menos dariam risada de uma piada suja. Aprender a falar de tons de tintura ou diferentes modelos de vestido de festa e também está fora de cogitação.
Ai, que saudades da Barbearia!
Mas a noite, quando se senta à mesa do bar, e vê que a ruiva de preto duas mesas adiante correspondeu seu olhar… bom, vale tudo a pena!

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Homenagem à barba

Pensei em começar minha participação no blog homenageando o meu barbeiro. Eu nem sei o nome dele, sei que eu corto ali perto da produtora que eu trabalho, na Vila Beatriz, ja faz uns 5 anos. Eu sei que toda vez que eu vou la, gosto de cortar na hora do almoço, ele vira minha cadeira para o Globo Esporte. Eu nem consigo enxergar, tenho que tirar os óculos. Mas os comentários acontecem mesmo assim.

Aí pensei, antes dele, onde eu cortava? Olha, lembro de alguns lugares. Lembro quando criança, meu pai me levava religiosamente no barbeiro do clube Sírio Libanês – conversa com o pessoal do clube, mas tem que pechinchar, é tradição. Só podia ser. Eu lembro muito do local e da elegância de como os barbeiros seguravam a tesoura, afiadas. E os tios turcos sempre soltando algumas palavras em árabe, “habib yala”! Depois, ia correndo pro campo de futebol, de corte novo, pra aula de futebol. Eu jogava com a 3 e o meu time era o Porto, usava cor de laranja e eu era lateral-direito. E meu pai ia observar, da arquibancada, tomando um sorvete de limão ou chicabon

Depois, lembro de alguns momentos ruins que fui cortar em grande redes. Tinha que marcar horário as vezes até. Nunca entendi, desisti. Até que achei, ali perto do morumbi, perto da Rua Três Irmãos um barbeiro, mas que no toldo tem escrito “CABELEREIRO MASCULINO”. Sempre achei estranho, pois se trata de uma barbearia com B maiúsculo. A dupla que comanda era ótima, são-paulina e sempre tinha umas revistas da placar, sempre com fatos antigos para atualizar a agenda de dados inúteis do futebol, que sempre rendem belas discussões. Mas mudei de bairro.

Tentei uma época usar o cabelo raspado, um dos maiores erros da minha vida. Máquina 4. Nunca mais. Minha namorada chegou a cortar, umas duas vezes. Ficou bom, mas não rola, fica bom, mas ela tem mais o que fazer. Aí eu finalmente me liguei que existem profissionais para isso. Inclusive o imperador romano Julio César tinha um particular, para aparar a barba antes de cada dia no campo de batalha. Como eu não tenho um? Então resolvi adotar aquele senhor, deve ter uns 50 e poucos anos, passo sempre a pé por perto e cumprimento, “Opa!”. E sempre tem assunto, tranquilo.

Pronto, agora com essa decisão posso pensar em outras coisas sem me preocupar. Se eu precisar fazer barba, cabelo e bigode ja sei onde. E todo homem tem que tirar um dia e fazer isso. Valeu barbeiro!

Aliás, gostaria de quem esta lendo o blog nos indicasse barbeiros das antigas, que ainda sobrevivem por aí. Além de divulgar onde ainda se pode cortar o cabelo à moda antiga, quero fazer uma visita em alguns, retratar esse pessoal. É uma web-série que quero fazer com vários barbeiros de são paulo, vários mini-documentários. Então me diga, onde é o seu barbeiro?

PS: quero sempre postar algum video ou site relacionado ao barbeiro, então segue um trecho de como se deve comportar no seu barbeiro, a la Clint Eastwood:

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Ajuda Seu Antenor

 

Dia 06 de julho 2010, terça feira passada,  foi o dia que Marty McFly aterrisou no futuro depois de atingir a incrível velocidade de 140km/h com seu estiloso Deloren, em 1985. O futuro é hoje, e umas das coisas mais impressionantes é a velocidade com que acaba o ciclo de duração das coisas. Tudo passa muito rápido, dura muito pouco e temos a sensação que até nosso jeito de ser é descartável.

Consequência disso é um tipo comum de homem nos dias de hoje, o Homem Camaleão. As características deles são:  Alto poder de adaptação, antenados,  descolados, sempre felizes, sabem sobre tudo o que é falado nas revistas e sites, conhecem as melhores festas e saem com boas mulheres. Vão de um estilo para outro sem titubear, o importante é se enquadrar naquele momento. Comercial de Axe. Esse tipo está crescendo muito, tem às pencas.

Essa confusão mental faz os homens perderem sua essência. Atordoados, passam a procurar coisas que fogem do comum, invadem territórios nunca antes explorados, aceitam sugestões antes abominadas.

Depilação masculina, luzes, alisamento, relaxamento, cortes metrossexuais, moicano estilizado, tem coisa mais decepcionante do que isso?

Outro dia um conhecido foi ao cabeleireiro. Chegando lá, escolheu o profissional que parecia ter as características que ele queria para passar a próxima meia hora, além de disponibilidade na agenda.  Depois de apresentado pela recepcionista, veio o arrependimento.

Com um olhar surpreso, malicioso e interessado, ele foi indagado se gostaria de  uma massagem antes do corte. Mesmo negando acabou recebendo um cafuné e a massagem no couro cabeludo.

Esse foi um exemplo de muitas situações enfrentadas, a contra gosto, na tentativa de aprovação do senso comum.

Depois de alguns dias, esse conhecido já estava insatisfeito com sua nova aparência e da experiência que teve com o novo corte só sobrou insatisfação .

Felizmente temos o Seu Antenor e sua Barbearia que vai ajudar muita gente a resgatar o que é bom!

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O Divã do seu Antenor

Barbeiro que inventa moda faz besteira

Na primeira quinzena de abril eu tinha que tirar uma foto para enviar ao consulado do Canadá. Por que não ir a um bom e velho babeiro e melhorar a apresentação?

Atravessei a cidade para ir no Seu Antenor, afinal há 12 anos corto com ele. Entro na barbearia e ele me reconhece de cara, perguntando sobre meu pai.

– E aí?  Vai de março, abril ou maio?- pergunta ele enquanto me sento.

Escolhi a de abril, que tinha alguma ex-BBB na capa. Um aposentado que sempre está lá sentado no sofá aprovou a escolha. Sobre o corte de cabelo, o Seu Antenor não me perguntou nada. Tudo bem, ele corta com maestria o de todo mundo igual mesmo.

De repente, na gigante TV de tubo da década de 80 aparece o Datena falando sobre um escândalo no planalto. O Seu Antenor então mostra que tem opinião política.

– Se fosse filho meu, eu arrebentava na vassourada!

Concordei, até porque ele estava com a gilete próxima ao meu pescoço.  E assim se passou aquela meia hora, com comentários da copa, filosofias sobre o casamento,  uma aparada na franja e um tapa no “pezinho” ao lado da orelha.

Levantei-me então da cadeira e tomei o maior susto quando botei a mão no bolso e saiu uma nota de R$ 10,00 amassada. – Achava que tinha R$20,00 – tentando me justificar.

– Não tem problema, na próxima você me dá R$40,00 – disse ele rindo, sem o menor ressentimento.

Meu passaporte canadense acabou não saindo. Tudo bem, aqueles 30 minutos sentado na cadeira do Seu Antenor me valeram mais que um mês deitado em um divã.

Presto esta pequena homenagem ao meu barbeiro e a todos os barbeiros do mundo, que resistem ao furacão da modernidade e mantêm preciosos valores masculinos vivos. Trocando em miúdos, será passando rímel e fazendo chapinha que o homem será bonito e moderno?

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Seja bem vindo caro cliente!

Convido você, que teve a curiosidade de conhecer o Seu Antenor, a refletir sobre a essência de uma barbearia, um local voltado para agradar o macho clássico, que não gosta das frescuras de um salão de beleza, muito pelo contrário! Nada de depilação masculina, o negócio é arrancar os pêlos. Um novo “look”?!?! Aqui você veio para dar “um tapa” no cabelo, porque num agüentava mais a Dona Encrenca no seu pé.

Freqüentar uma barbearia é cultivar a testosterona nossa de cada dia, entrar numa dimensão onde a verdade sempre segue um caminho comum entre os clientes, cada um com sua peculiaridade mas com o comportamento dentro de um padrão implícito mínimo exigido. Barbearia é um estilo de vida.

Dentro deste ambiente, existem 3 tópicos básicos para discussão; mulher, futebol e os bons tempos. O resto é conversa jogada fora…

O assunto surge naturalmente sobre mulheres. Com a cadeira estrategicamente posicionada para proporcionar a melhor vista da calçada da rua, uma mera troca de olhares entre Seu Antenor e o fiel cliente após uma bela moça desfilando passar pela vitrine da Barbearia e surge algum comentário, deduzido e baseado unicamente no que acabaram de ver dando a pauta para o dia. Mas não se enganem, o habilidoso barbeiro é incapaz de trair Dona Irene, sua musa inspiradora.

Quando o tópico é futebol, é proibido falar mal do Parmera, Seu Antenor com sua audição prejudicada pode escutar qualquer bastardo falando mal de seu time e ainda sustenta o bigode de tantos anos das glórias alviverde. Descendente de italianos carrancudos da Calábria, segue a tradição da família e não perde um jogo amistoso se quer! Dia que o Parmera perde é dia de luto na barbearia.

Os bons tempos, ah, os tempos em que adultério era crime, que a penicilina curava as doenças venéreas, tempo este que “ficar” era não ir… O tão conhecido tempo da brilhantina, levam Seu Antenor a afirmar que o mundo realmente está acabando.

A Barbearia é como um velho navio, divergências de opiniões, discussões e crises existenciais, mas com a certeza de que sempre teremos um bom e experiente capitão para intervir quando se fizer necessário.

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Os números de 2010

Os duendes das estatísticas do WordPress.com analisaram o desempenho deste blog em 2010 e apresentam-lhe aqui um resumo de alto nível da saúde do seu blog:

Healthy blog!

O Blog-Health-o-Meter™ indica: Uau.

Números apetitosos

Imagem de destaque

Um Boeing 747-400 transporta 416 passageiros. Este blog foi visitado cerca de 5,900 vezes em 2010. Ou seja, cerca de 14 747s cheios.

Em 2010, escreveu 53 novos artigos, nada mau para o primeiro ano! Fez upload de 88 imagens, ocupando um total de 14mb. Isso equivale a cerca de 2 imagens por semana.

The busiest day of the year was 19 de julho with 205 views. The most popular post that day was Seja bem vindo caro cliente!.

De onde vieram?

Os sites que mais tráfego lhe enviaram em 2010 foram abarbearia.com.br, facebook.com, twitter.com, orkut.com.br e mail.live.com

Alguns visitantes vieram dos motores de busca, sobretudo por xavecos romanticos, clark gable cantadas, chaveco romantico, thiago tiriba e xaveco romantico

Atracções em 2010

Estes são os artigos e páginas mais visitados em 2010.

1

Seja bem vindo caro cliente! julho, 2010
3 comentários e 3 “Likes” no WordPress.com,

2

Xaveco Romântico agosto, 2010
8 comentários

3

Regras da casa julho, 2010
2 comentários

4

Assunto da semana julho, 2010

5

Ajuda Seu Antenor julho, 2010
16 comentários

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Aquele abraço

A ausência do blog desse que vos escreve teve uma razão bem clara: Um feriado muito bem aproveitado!
O ri de Janeiro continua lindo, e como fazia 10 anos que eu não ia pra lá, estava mesmo precisando conferir.
Aproveitei cada minuto da estadia como se fosse oúltimo da minha vida, e não em arrependo nem um pouco.
Praia do recreio é uma delícia, mas o mar não gosta muito de mim. Me jogou longe, vergonhosamente, fiquei com um hematoma de uns 15 cm pra provar.
Os bares de lá são muito receptivos, me senti tão em cas que em um deles passei 8 horas ininterruptas. Praticamente um dia de expediente.
A mulherada do Rio é legal, mas a cidade fica ainda melhor cheia de Brasilienses, Mineiras, Paulistas…
O Pão de Açucar continua valendo a pena, especialmente se o tempo nublar e a praia não parecer mais tão convidativa. Caipirinhas no semi-topo é um programão e tanto!
Já na outra segunda… bom, ainda estava correndo atrás do prejuízo de ficar longe da empresa por 2 dias!

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