O botijão de gás do meu avô

Só depois que esta lei que proíbe a palmada pedagógica veio à tona que parei para pensar no assunto. Foi aí que percebi que, inconscientemente, minha opinião já era formada.

Sou contra, e vou dar 5 motivos para achar isso:

– O Código Penal e o Código Civil já têm artigos que punem maus-tratos em crianças.

– Falta de pulso, pressão psicológica, descontrole emocional e expectativa exagerada são as verdadeiras agressões na educação dos filhos.

– Para uma criança que ainda não entende um sermão, a correção através da expressão corporal é mais eficiente.

– Quando criança, eu era o famoso “capeta em forma de guri”. Todas as vezes que apanhei eu mereci. E sabia que merecia, tanto que desenvolvi uma técnica de fugir antes mesmo dos meus pais piscarem os olhos.

– Se com 4 anos eu tivesse levado só um sermão, e não umas belas chineladas, certamente eu teria tentado mais uma vez colocar fogo no paninho que cobria o botijão de gás do meu avó. E certamente esse texto não existiria.

Bom, lógico que tudo é uma questão de bom senso. Há dois domingos atrás eu estava vendo o Faustão e ele chamou para o palco aquela banda Restart. Daí eu pensei: “Uma cintada faria muito bem a eles.”

Sobre Guilherme

26 anos, paulista, roteirista.
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5 respostas para O botijão de gás do meu avô

  1. Felipe disse:

    Agreed! Imagina após essa lei, um futuro só de Restarts?

    Não sobraria uma Barbearia viva, já que barbearia não faz luzes nem alisamento. rs

  2. Augusto disse:

    Hahahaha muito bom esse texto.

    Tenho medo que esse seja o caminho “Restart” da próxima geração.

  3. Hadaya disse:

    Crianças e cachorros são quase a mesma coisa; Não entendem o que você fala, mas compreendem suas reações. Não sei se a resposta é, necessariamente, uma boa palmada, mas que elas ajudam quando pequeno a entender algumas coisas, ah como ajudam! Acredito em leis que incentivam o respeito ao ser humano, que impeçam os maus tratos e afins. Mas uma lei que interfere na criação de um filho que no final das contas quando cresce e faz besteira o estado não bota o dedo pra ajudar é um absurdo.

  4. Getulio Yoshimitsu disse:

    Acho que ninguém aqui tem criança. Imagine só uma pessoa duas vezes maior que você, que é aquela que você mais confia e que deveria te proteger batendo em você. Existem outras mil maneiras de se impor limites a crianças sem se recorrer as “palmadas pedagógicas”. Aliás esse é um termo muito duvidoso. Quem vai medir se os pais estão batendo em seus filhos na medida e na força certa ou se estão se excedendo? Acho difícil. Essa lei, na minha opinião, serve para defender aquelas crianças que sofrem com os pais que tem, que não sabem se impor. É igual a lei anti-alcool: na dúvida fica proibido ingerir qualquer quantidade de alcool antes de dirigir. O motorista dificilmente vai falar que bebeu demais. Mas não se preocupem porque essa lei deverá ser mais uma que não irá pegar, mas não porque é dura demais e sim porque já hoje ninguém liga para denunciar os pais agressivos que batem nos seus filhos violentamente imaginem se alguém vai denunciar pais que dão “palmadinhas”.

    • Vitor disse:

      Getulio,

      Primeiro obrigado por visitar ABarbearia.com.br! Agradeço aí particularmente pelo seu comentário, aqui temos 6 fregueses que deixam seu ponto de vista sobre o tema da semana e temos pontos de vista diferentes, veja este post que vai de encontro com a sua ideia sobre este tema:

      Cáspita!

      Lembramos que aqui ninguem é dono da verdade e cada um escreve conforme sua vivência.

      De novo, obrigado!

      Abraço

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