Jorge e Tim: os dois Babulinas no Beco do Mota

O gordinho Sebastião Maia tinha um carma do qual queria se livrar. Por trabalhar levando marmitas para o seu pai, ele ficou conhecido no bairro da Tijuca como “Tião Marmiteiro”. Ele odiava esse apelido e precisava se livrar dele o quanto antes.
Foi aí que surgiu nas rádios cariocas a sua salvação: a musica Bop-A-Lena, do Ronnie Self. Essa canção se encaixava direitinho no estilo do gordinho. Então, ele começou a usar o seu vozeirão para tentar levar alguma garota, cantando sempre a mesma musica, que no seu inglês virava “Babulina”.
E assim ia o gordo da Tijuca cantando “Babulinaaaa! Ô shis mai guééél!”. E assim o seu apelido “Tião Marmiteiro” começou a virar “Babulina”. O Sebastião estava adorando isso, mas um amigo logo o alertou sobre um possível problema. Na Zona Norte do Rio de Janeiro tinha um mulato bem mais alto e forte que ele, e que já era conhecido como “Babulina” há muito mais tempo. Com certeza, ele não iria gostar de saber que existia um outro cara com o mesmo apelido na cidade.
É lógico que o encrenqueiro Maia não quis nem saber de mudar o apelido. No seu portfólio já constava brigas com Erasmo e Roberto Carlos, isso muito antes deles pensarem na fama. Então, aconteceu o inevitável: o Babulina da zona norte apareceu pelas bandas. Era realmente mais alto e mais forte que o marmiteiro da Tijuca. Ele tinha um jeito malandro de falar e se auto-intitulava “Jorge Ben”.
Genioso, o Babulina da zona sul fechou a cara no começo. Já o “Babulina” da zona norte fazia brincadeiras para descontrair. No final das contas, tudo foi resolvido em uma serenata no Beco do Mota, na frente do apartamento da Lili, uma prostituta que nem cobrava direito e que já havia iniciado muito daqueles garotos.
Essa moça nem imaginava, mas ela acabava de selar uma amizade de dois dos maiores artistas da musica brasileira. E o resultado, é só dar uma olhada abaixo.

Sobre Guilherme

26 anos, paulista, roteirista.
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