Tabu?

Nem todos os homens freqüentam uma barbearia. Pode-se pensar que esse comportamento foi uma conseqüência do lançamento do barbeador com 3 lâminas. Mas não, vem de uma necessidade intrínseca ao homem, algo instintivo. A antiga conhecida vontade de “pegar mulher”.
Pra isso, esse cara abre mão de conversa boa, revista de mulher pelada na mão, atualização nas últimas piadas de baixo calão e falar o que quiser por meia hora.
Também acorda mais cedo no fim de semana. Marcando horário antes de o galo acordar, garante que a mulherada que freqüenta o salão também estará dormindo. E assim se poupa de ouvir horas e horas (sim, por que salão não é barbearia, salão tem fila de espera) de papo sobre a novela das oito, e vida de diversas pessoas que todo mundo parece conhecer, ele não.
O benefício mais importante dos horários inóspitos: seus camaradas de bar não lhe avistarão adentrando o “Giorgio Coiffeur” ou “Jean Luc Janoir”, pois provavelmente estarão babando no travesseiro, encubando uma senhora ressaca.
Submete-se a todo tipo de sugestão esdrúxula, sobre fazer luzes, escovas disso e daquilo. E ainda por cima, precisa recusar de maneira discreta e educada, fingindo que não achou aquilo tudo absurdo e a única resposta que lhe parece correta seria matar o cidadão que deu as idéias.
Ele encara no mínimo uma hora no mais profundo silêncio, aprende a usar esse momento pra refletir sobre a vida. Pois as pessoas cortando o seu cabelo, ou varrendo o chão não são o Seu Antenor, e não entendem de futebol, muito menos dariam risada de uma piada suja. Aprender a falar de tons de tintura ou diferentes modelos de vestido de festa e também está fora de cogitação.
Ai, que saudades da Barbearia!
Mas a noite, quando se senta à mesa do bar, e vê que a ruiva de preto duas mesas adiante correspondeu seu olhar… bom, vale tudo a pena!

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4 respostas para Tabu?

  1. Luiz Ferraz disse:

    pode cre, é um paradoxo. O sujeito corta no salão para ficar com um corte que a mulherada curte e aguenta um hora da sua vida sem falar nada. Aposto que esse cara é solteiro, porque casado ele não ia aguentar. Ir no seu Antenor é como ir no boteco com os amigos, ou jogar um futebol: é um momento que nenhum assunto é mais importante do que “olha o tamanho desse colarinho” ou “fiz três gols com a canhota hoje”. E por ai vai. Mas realmente um olhar de uma ruiva sempre vale a pena.

  2. Guilherme disse:

    Na minha opinião, é um tiro no pé. Sabe aqueles personagens de comédia romântica que a protagonista se apaixona à primeira vista e depois se decepciona porque ele está mais preocupado com o espelho? De que adianta?

  3. Anderson disse:

    Achei o texto fraco.
    E foge da barbearia…

  4. Carlos disse:

    Adorei o texto! Ótima relação entre um salão e uma barbearia.

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