Homenagem à barba

Pensei em começar minha participação no blog homenageando o meu barbeiro. Eu nem sei o nome dele, sei que eu corto ali perto da produtora que eu trabalho, na Vila Beatriz, ja faz uns 5 anos. Eu sei que toda vez que eu vou la, gosto de cortar na hora do almoço, ele vira minha cadeira para o Globo Esporte. Eu nem consigo enxergar, tenho que tirar os óculos. Mas os comentários acontecem mesmo assim.

Aí pensei, antes dele, onde eu cortava? Olha, lembro de alguns lugares. Lembro quando criança, meu pai me levava religiosamente no barbeiro do clube Sírio Libanês – conversa com o pessoal do clube, mas tem que pechinchar, é tradição. Só podia ser. Eu lembro muito do local e da elegância de como os barbeiros seguravam a tesoura, afiadas. E os tios turcos sempre soltando algumas palavras em árabe, “habib yala”! Depois, ia correndo pro campo de futebol, de corte novo, pra aula de futebol. Eu jogava com a 3 e o meu time era o Porto, usava cor de laranja e eu era lateral-direito. E meu pai ia observar, da arquibancada, tomando um sorvete de limão ou chicabon

Depois, lembro de alguns momentos ruins que fui cortar em grande redes. Tinha que marcar horário as vezes até. Nunca entendi, desisti. Até que achei, ali perto do morumbi, perto da Rua Três Irmãos um barbeiro, mas que no toldo tem escrito “CABELEREIRO MASCULINO”. Sempre achei estranho, pois se trata de uma barbearia com B maiúsculo. A dupla que comanda era ótima, são-paulina e sempre tinha umas revistas da placar, sempre com fatos antigos para atualizar a agenda de dados inúteis do futebol, que sempre rendem belas discussões. Mas mudei de bairro.

Tentei uma época usar o cabelo raspado, um dos maiores erros da minha vida. Máquina 4. Nunca mais. Minha namorada chegou a cortar, umas duas vezes. Ficou bom, mas não rola, fica bom, mas ela tem mais o que fazer. Aí eu finalmente me liguei que existem profissionais para isso. Inclusive o imperador romano Julio César tinha um particular, para aparar a barba antes de cada dia no campo de batalha. Como eu não tenho um? Então resolvi adotar aquele senhor, deve ter uns 50 e poucos anos, passo sempre a pé por perto e cumprimento, “Opa!”. E sempre tem assunto, tranquilo.

Pronto, agora com essa decisão posso pensar em outras coisas sem me preocupar. Se eu precisar fazer barba, cabelo e bigode ja sei onde. E todo homem tem que tirar um dia e fazer isso. Valeu barbeiro!

Aliás, gostaria de quem esta lendo o blog nos indicasse barbeiros das antigas, que ainda sobrevivem por aí. Além de divulgar onde ainda se pode cortar o cabelo à moda antiga, quero fazer uma visita em alguns, retratar esse pessoal. É uma web-série que quero fazer com vários barbeiros de são paulo, vários mini-documentários. Então me diga, onde é o seu barbeiro?

PS: quero sempre postar algum video ou site relacionado ao barbeiro, então segue um trecho de como se deve comportar no seu barbeiro, a la Clint Eastwood:

Sobre Luiz Ferraz

27 anos, cineasta, sambista, são-paulino doente e bom de garfo.
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3 respostas para Homenagem à barba

  1. Guilherme disse:

    Clint Eastwood é o cara!

  2. Guilherme disse:

    Tem um bom barbeiro em Perdizes. Italianasso, chamado Rafaele. A barbearia é clássica, com aquele azulejo azul piscina. O preço é salgado: R$ 40,00. Mas o corte e a conversa são bons.
    Rua Ministro Gastão Mesquita,306

    Tem um bom barbeiro ao lado do Ó do Borogodó, na Vila Mada.
    Sem contar no tradicionalíssimo Seu Adilson, na galeria da Teodoro Sampaio. Você lembra o nome ou o número Luizão?
    abs

    • Luiz Ferraz disse:

      fala Gui, você esta falando do Seu Adelson, tri-campeão mundial de corte consecutivo? La é bom, semana que vem vou fazer umas visitas por ai.
      Tem um aqui na minha rua, que eu não conheço, chama Barbearia do Walter. Vou la falar com ele também.

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