Quem ama é duca

Içami Tiba é um japinha que entende tudo de conflito de gerações. Sempre
de bem com a vida, ele viaja pelo Brasil dando palestras e ajudando pais que
nunca deveriam ter tomado uma garrafa de vinho a mais, tirado a roupa e
transado sem camisinha.

Seu grande best seller é Quem ama é duca e, com ele, vem garantindo seus
jantares de gala e sua mercedez-benz, carro que ele assegura que ganhou em
um bingo beneficente. Com o dinheiro mantém também um filho e uma
filha – esta, segundo muitos, sua verdadeira obra-prima.

Antes de entrar na USP e se formar em medicina, Içami Tiba queria ser
caminhoneiro. Mas como caminhoneiro japonês era tão raro quanto
carteiro barrigudo, acabou optando pela faculdade.

Tudo, claro, com o apoio incondicional dos pais, que só bateram nele uma
vez, num dos episódios mais nebulosos da vida do psiquiatra.

Na ocasião, com pouco mais de 18 anos, seus coroas encontraram maconha
dentro de um livro de psicoterapia junguiana. 
Ele, ainda atordoado, garantiu que a droga era para fins medicinais. Bem
como o gim tônica, que não largou em nenhum momento, alegando que era
fundamental para contrabalancear o peso do corpo ao fazer o 4.

Apesar do ocorrido, nenhum outro incidente arranhou sua trajetória.
E, mesmo hoje, quase cinquenta anos depois, continua seguindo à risca sua
ideologia de educar através do amor. Nem que para isso os pais tenham que 
fazer vista grossa em relação ao uso de psicotrópicos e destilados brancos.

Sobre Thiago Tiriba

Negão, poeta e pianista.
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Uma resposta para Quem ama é duca

  1. Luiz Ferraz disse:

    puta japa malandro, isso sim. Gostei dele, parece ser gente fina.

    Eu com certeza iria numa dessas palestras, o cara deve ser bom de papo. Querer ser caminhoneiro quando crescer é muito bom, ele devia jogar muito mal futebol quando criança.

    belo post, abs!

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