Lado Silvio Santos X Lado Godard

Apesar do feriado de 7 de setembro, o motivo para eu não ter escrito na semana passada, infelizmente, não foi uma viagem. Foram dois trabalhos que me consumiram a semana toda.
E para aqueles que não sabem, eu trabalho num programa de TV da Band, o Busão do Brasil. Isso mesmo! Aquele reality show de confinamento em um ônibus que viaja pelo país. E antes que alguém questione a integridade ou a qualidade do programa, eu já assumo logo de cara: adoro o que faço.
Antes de entrar na televisão, só trabalhava em produtora. Queria ser roteirista mas nunca conseguia. E também tinha um baita preconceito com os programas da TV aberta. E foi aí que o acaso resolveu me pregar uma peça e o meu primeiro trabalho como roteirista apareceu justo em um programa do SBT. E o que aconteceu? Eu adorei trabalhar nisso.
Foi uma experiência catártica descobrir que eu gostava de escrever frases no imperativo mandando as pessoas assistirem o programa. “Não perca!” “Venha você também!” “Apague as luzes e embarque nessa aventura!” Foi legal descobrir como é prazeroso escrever trocadilhos com a palavra “cachorro”. Do tipo “uma aventura doida pra cachorro”. Acho que todo mundo deveria fazer isso pelo menos uma vez na vida.
Mas é claro, existe o outro lado. E foi exatamente nesse lado que se encaixava o meu outro trabalho. Dirigi dois curtas com o Luiz, que também frequenta a Barbearia. E nesses curtas aproveitei para satisfazer todos os meus desejos de ex-estudante de cinema. Abusamos do desfoque, da sobreposição de áudios e dos planos iranianos. Ah! Como é bom fazer planos iranianos! Deixamos a câmera parada e pedimos para o personagem andar tranquilamente em nossa direção. Esse plano demorou 2 minutos. E todo mundo que assistia, bocejava. Era esse o objetivo mesmo.
Bom, foi exatamente por causa desses dois trabalhos completamente opostos que eu acabei não escrevendo na semana passada. Fiquei tão ocupado satisfazendo o lado Silvio Santos e o lado Godard que não me dediquei ao lado Barbeiro. Mas, faça chuva, faça sol, a barba continua crescendo. Além disso, não poderia deixar de dar uma passadinha na barbearia no dia do meu aniversário. O seu Antenor me mataria.
Segue aí um trecho do Busão do Brasil e um curtinha que fiz há 3 anos atrás.

Publicado em Uncategorized | 3 Comentários

A volta da barbearia

Depois de uma semana parada, por motivos de força maior, a Barbearia retorna. O tema? O que você fez durante essa semana para não ter escrito o texto?

Publicado em Uncategorized | Deixe um comentário

Nerds e o sexo, Shakespeare e cerveja

Publicado em Uncategorized | Deixe um comentário

cerveja x chopp

Cerveja ou Chopp, eis a questão.

o chopp tende a ser mais cremoso, é mais suave e é perfeito para tomar quando esta calor. Ultimamente tenho tomado com uma frequência boa. Mas não em bares, tenho tomado com amigos o barril de chopp da Heineken. E pelo visto vou tomar durante um tempo, como mostra a foto abaixo. A idéia é completar a parede.

O chopp brasileiro dos nossos bares são refrescantes e muito bons. O bom e velho chopp Brahma continua sendo muito bom, porém o grande problema é o preço. Ou é o que mais se discute em relação a ele. Por exemplo, um barril de chopp Heineken custa em média 40 reais no supermercado, tem 5 litros e você toma em casa ou numa festa com amigos. Em média, se você está em umas 6 pessoas, você toma uns 10 chopps brincando. O chopp Brahma dos bares da Vila Madalena chegam a custar R$6,00. E se eu tomo uns 5 chopps, o que não é raro, eu ja gastei 30 reais mais o serviço. Eu acho caro. Vale a pena pelo lugar as vezes. Mas acho que a intenção de ir no bar e tomar um chopp mudou para mim. Agora vou mais quando me convidam para um encontro com amigos, ou até um aniversário. Não vou mais para tomar umas, entende?

Essa semana fui cortar o cabelo e começamos a discutir sobre o chopp dos bares da Vila. Não sobrou nem para a terça em dobro, “metade do copo é de espuma. Se eu quiser espuma, tomo detergente” soltou um dos barbeiros mais alterado e indignado com a situação. Os comentários para a cerveja então foram “agora nem latinha da para tomar, ta muito caro!”, ou ainda, “cerveja de garrafa por R$6,00 é um roubo!”. Mas é a lei de oferta e procura. Se tem gente pagando, tem gente vendendo caro. Enfim, a conclusão foi que gosto não se discute.

Mas para mim, tenho mudado minha percepção da cerveja. Redescobri as cervejas artesanais. Eu sempre fui muito fã, porém o meu orçamento não comportava o meu anseio por porres e por engradados. Agora não, descobri que posso tomar com tranquilidade uma bela de uma India Pale Ale ou ainda uma Dunkel, tentar entender os aromas e os gostos, e ainda lembrar que toda essa complexidade vem de uma cerveja. É um prazer imenso. Ou seja, as cervejas artesanais são mais caras, mas te oferecem outras sensações, é um jeito diferente de tomar cerveja. E eu estou mais nessa onda ultimamente.

Fora tudo isso, tenho a impressão que a oferta por esse tipo de cerveja cresceu muito, tanto em supermercados, quando em bares pela cidade. E pelo que eu me lembre começou com a Erdinger e foi embora, passando pelas brasileiras Petra, Eisenbahn. É uma discussão boa, por isso queria deixar minha homenagem à Cerveja Colorado, uma cerveja artesanal de 1974 feita em Riberão Preto, que só recentemente tem sido mais divulgada. Bela cerveja, bons tipos e boa divulgação. Já deu certo.

E fica uma dica para quem quer conhecer e saber mais sobre cervejas artesanais, o site da TV Breja é sensacional e vale a pena uma passada. O link é  http://www.brejas.com.br/tv-brejas.shtml

Publicado em cerveja, chopp | Marcado com , , , | 10 Comentários

Um pouco de curiosidade!

Em viagem recente para Europa conheci um cara meio maluco, coincidentemente, falando em maluco, estavamos em Amsterdam. Não, essa pessoa não usava drogas para ficar maluco, ele era um tipo diferente, inteligente e escrevia uma coluna diferenciada no blog Sedentários  & Hiperátivos. Quando retornou ao Brasil, ele escreveu um texto muito bacana sobre a Heineken, que tem sua cervejaria no centro de Amsterdam.

A coluna chama Dicionário das Marcas e pode ser encontrada no endereço:

www.sedentarios.org

*******

Qualidade é mais importante que boa propaganda? Boa propaganda é mais importante que qualidade? Existem exemplos dos dois casos. Certamente você deve conhecer aquele produto sem qualquer ação publicitária, mas que no entanto é conhecido por todos. Por outro lado existem também as mercadorias baseadas no puro marketing. Outro dia ouvi um senhor dizer ao neto numa pizzaria, enquanto o garoto pedia um refrigerante: menino, toma um suco. Refrigerante é uma droga. Se isso fosse bom você tomava quente e sem gás, mas não é o caso. O vovô tem razão? Tomaríamos refrigerante sem propaganda? Se pensarmos que essa indústria é uma das que mais investem em publicidade, surge a dúvida… De qualquer forma existem os casos que unem qualidade com boa propaganda. Na história da Stella Artois isso ficou bem claro e o mesmo aconteceu com a Heineken. Em 1864 no coração de Amsterdã havia uma cervejaria de nome De Hooiberg (o palheiro). Lá era produzida uma cerveja vulgarmente conhecida como “cerveja do trabalhador”. Não era uma marca, mas um conceito, uma bebida concebida para a massa.

O jovem empresário Gerard Heineken estava de olho na De Hooiberg. Com uma ajudinha financeira da sua mãe, ele planejava comprar a empresa e mudar tudo. Não queria vender para os trabalhadores. Queria vender cerveja para os cavalheiros holandeses, os donos do dinheiro. Para alcançar esse mercado ele precisava mudar a qualidade da bebida produzida pela Hooiberg. Para isso contou com a ajuda indireta do famoso cientista Louis Pasteur.

É de conhecimento comum que a cerveja é uma bebida fermentada. Em seu processo de fabricação, o qual não vou entrar em minúcias, são adicionadas leveduras ao mosto. As leveduras nada mais são que fungos que transformam em álcool os açúcares encontrados no mosto. No caso da cerveja, o mosto em geral é uma mistura de cevada, água e lúpulo. Eu disse geralmente, pois sabemos que existem cerveja feitas à partir de outros cereais.

Pois bem, e como diabos entra Pasteur nessa história? Esse cientista francês descobriu, entre tantas outras coisas, como funciona o fascinante mundo dos microorganismos. Sim, Pasteur sacou que escondido pelo seu minúsculo tamanho está um universo repleto de vírus, bactérias e fungos. Apesar de microscópicos, essas coisinhas interferem (e muito!) na vida dos humanos. Interferem para o bem e para o mal. Veja que um fungo pode lhe dar uma baita coceira no pé. Já outro serviu para fermentar aquela cerva gelada da última sexta-feira.

Ao descobrir toda essa brincadeira, Pasteur ajudou a melhorar a produção de cerveja. E se uma levedura fosse melhorada em laboratório especialmente para fermentar a cerveja? Em sua busca por qualidade, Gerard Heineken pensou exatamente nisso. Convidou então o doutor H. Elion, aluno de Pasteur, para trabalhar com ele. Pediu ao cientista que melhorasse a qualidade das leveduras usadas na fermentação. Elion passou os próximos treze anos “purificando” uma cepa de fungos específica que mais tarde ficou conhecida como a “Levedura A da Heineken”

Esse diferencial deu à cerveja deles um gosto muito característico e uma das primeiras maneiras de padronizar o sabor, mesmo produzindo a bebida em fábricas diferentes. Agora Heineken tinha nas mãos a fórmula que transformaria uma cerveja estilo “trabalhador” numa bebida de “cavalheiros”. O empresário pôs o preço lá em cima e danou a vender seu produto para os grã-finos. A nova cerveja agradou e não demorou muito para ganhar prêmios internacionais, reconhecimento de sua qualidade superior.

O mais engraçado é que até então a Heineken não fazia propaganda, uma decisão de Gerard. Ele dizia que “um bom produto é recomendado pela sua qualidade”. E só. No entanto os tempos foram mudando e seu herdeiro, Henry Heineken, notou que para transformar a empresa numa potência o marketing seria essencial. Tendo aprendido sobre cerveja na prática e estudado administração, Henry deu continuidade ao trabalho do pai, porém levando a companhia ainda mais longe. Uma de suas primeiras e mais conhecidas ações de marketing foi durante as Olimpíadas de 1928, em Amsterdã, quando um avião escreveu no céu com fumaça o nome da marca Heineken.

Já nos anos 40 o filho de Henry e neto de Gerard, Alfred Heineken, inicia a terceira geração de administradores da cervejaria. Ele concentra ainda mais os esforços em marketing e consegue ganhar dinheiro suficiente para ter novamente a maior parte das ações da firma, anteriormente compradas por outros empresários durante as crises econômicas. A linha de sucessão acabou em 1989 quando Alfred se afastou da empresa, deixando-a sob a direção de gente de fora da família. Naquela altura e até hoje a Heineken era e é a segunda maior cervejaria do planeta.

Publicado em Uncategorized | 2 Comentários