cerveja x chopp

Cerveja ou Chopp, eis a questão.

o chopp tende a ser mais cremoso, é mais suave e é perfeito para tomar quando esta calor. Ultimamente tenho tomado com uma frequência boa. Mas não em bares, tenho tomado com amigos o barril de chopp da Heineken. E pelo visto vou tomar durante um tempo, como mostra a foto abaixo. A idéia é completar a parede.

O chopp brasileiro dos nossos bares são refrescantes e muito bons. O bom e velho chopp Brahma continua sendo muito bom, porém o grande problema é o preço. Ou é o que mais se discute em relação a ele. Por exemplo, um barril de chopp Heineken custa em média 40 reais no supermercado, tem 5 litros e você toma em casa ou numa festa com amigos. Em média, se você está em umas 6 pessoas, você toma uns 10 chopps brincando. O chopp Brahma dos bares da Vila Madalena chegam a custar R$6,00. E se eu tomo uns 5 chopps, o que não é raro, eu ja gastei 30 reais mais o serviço. Eu acho caro. Vale a pena pelo lugar as vezes. Mas acho que a intenção de ir no bar e tomar um chopp mudou para mim. Agora vou mais quando me convidam para um encontro com amigos, ou até um aniversário. Não vou mais para tomar umas, entende?

Essa semana fui cortar o cabelo e começamos a discutir sobre o chopp dos bares da Vila. Não sobrou nem para a terça em dobro, “metade do copo é de espuma. Se eu quiser espuma, tomo detergente” soltou um dos barbeiros mais alterado e indignado com a situação. Os comentários para a cerveja então foram “agora nem latinha da para tomar, ta muito caro!”, ou ainda, “cerveja de garrafa por R$6,00 é um roubo!”. Mas é a lei de oferta e procura. Se tem gente pagando, tem gente vendendo caro. Enfim, a conclusão foi que gosto não se discute.

Mas para mim, tenho mudado minha percepção da cerveja. Redescobri as cervejas artesanais. Eu sempre fui muito fã, porém o meu orçamento não comportava o meu anseio por porres e por engradados. Agora não, descobri que posso tomar com tranquilidade uma bela de uma India Pale Ale ou ainda uma Dunkel, tentar entender os aromas e os gostos, e ainda lembrar que toda essa complexidade vem de uma cerveja. É um prazer imenso. Ou seja, as cervejas artesanais são mais caras, mas te oferecem outras sensações, é um jeito diferente de tomar cerveja. E eu estou mais nessa onda ultimamente.

Fora tudo isso, tenho a impressão que a oferta por esse tipo de cerveja cresceu muito, tanto em supermercados, quando em bares pela cidade. E pelo que eu me lembre começou com a Erdinger e foi embora, passando pelas brasileiras Petra, Eisenbahn. É uma discussão boa, por isso queria deixar minha homenagem à Cerveja Colorado, uma cerveja artesanal de 1974 feita em Riberão Preto, que só recentemente tem sido mais divulgada. Bela cerveja, bons tipos e boa divulgação. Já deu certo.

E fica uma dica para quem quer conhecer e saber mais sobre cervejas artesanais, o site da TV Breja é sensacional e vale a pena uma passada. O link é  http://www.brejas.com.br/tv-brejas.shtml

Sobre Luiz Ferraz

27 anos, cineasta, sambista, são-paulino doente e bom de garfo.
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10 respostas para cerveja x chopp

  1. Gustavo Leite disse:

    o chopp tá caro porque as mesas estão concorridas
    se você curte muito o bar, tem que pagar o que cobram pelo chopp
    vc não tá pagando o líquido, tá pagando o resto
    mas se vc não quer pagar pelo ambiente (pq acha que não vale a pena), não faz sentido mesmo pagar 6 reais no chopp
    é o seu caso
    e o meu
    queremos pagar só pelo líquido
    pq dá pra tomar algo melhor, mais bem feito
    né?

    • Luiz Ferraz disse:

      perfeito. Tudo é uma questão de consumo. O cara toma um chopp no Filial por R$6,00 ou em qualquer outro bar por um motivo. Ele vai tomar um chopp em casa por outro motivo.

      Mas o mais importante, para mim, é sempre lembrar porque você está usando ou comprando algo. O emocional é a chave do entendimento e isso deve ser assimilado e não criticado. Ou seja, você tem que saber que suas emoções vão te levar a consumir muitas coisas, só tem que admitir que gosta de x ou y e pronto. Não existe não consumir. Pelo menos atualmente, hoje, em São Paulo e em 2010.

  2. Gustavo Mello disse:

    Bom comentário sobre as artesanais. E é interessante perceber que ninguém reclama do preço do vinho, pq é vendida como bebida requintada. Daí a gente acha ótimo pagar 20 reais em uma garrafa de chileno meia boca, e acha caro pagar 16 reais numa Fuller’s ESB, uma ale premiada no mundo todo.
    ps: só corrigindo o post, a Colorado foi fundada em 1995.

    • Luiz Ferraz disse:

      concordo sobre e vinho e digo mais. Existem momentos em que você acha que o vinho é a melhor bebida. Por exemplo, sair para jantar com uma garota (no caso a minha namorada). Depende do lugar, do motivo e da ocasião, mas normalmente eu peço um vinho pois é o que me agrada mais no momento.

      E Mellão, o dono la do Sagarana me garantiu que a Colorado é de 1974. E o cara tem um bar e um vasto conhecimento. Sugiro continuarmos essa discussão por la hoje, umas 21h30.

      • Eduardo Piagge disse:

        No meu caso, prefiro oferecer uma caipirinha pra moça. Vinho é um sonífero fortíssimo, além de dar azia.
        Sobre chopp e cerveja, a grande questão é a pasteurização. O chopp estraga rápido, logo é um produto que deve ser vendido rápido o que aumenta o risco da produção e impede um volume grande. O barril da Heineken não é de chopp, é apenas cerveja na pressão. É melhor que a longneck por isso e porque é feita na Europa, com água de qualidade e com produtos melhores. Por isso também é mais cara.
        Chopp é sensacional, mas supervalorizado e muito inconstante. Já tomei chopp Brahma que parecia kaiser aguada (no RJ) e chopp Sol muito respeitável. Tá na mão do choppeiro. Talvez por isso acabe encarecendo.
        Abs

      • Gustavo Mello disse:

        pois é, mesmo sendo entendido, o cara errou. Citando o site da Colorado: “Fundada em 1995 a Cervejaria Colorado se orgulha em manter viva e ao mesmo tempo renovar a antiga tradição cervejeira da cidade de Ribeirão Preto (…)”

  3. Luiz Ferraz disse:

    Caro Edu. Vinho te da azia e cachaça não? Sei sim. O que te da azia é aquele pastelzinho de gorgonzola que você pede.

    E essa história do chopp supervalorizado concordo em gênero, número e grau. Puta absurdo. E de fato, volto a questão do emocional. Se o choppeiro/cervejeiro quer ter um bar no mínimo ele tem que gostar do chopp/cerveja. O que me deixa puto é cara que nem bebe nem sabe servir. Por isso deixo meus cumprimentos aos grandes baristas que entendem todo o processo da bebida. Esses sim, além de apaixonados, são grandes professores e contadores de histórias.

    • Gustavo Mello disse:

      bom, não dá pra simplificar essa questão. O chopp das grandes cervejarias do brasil são pausterizados. A diferença acontece na serpentina, onde a bebida fica menos carbonatada e mais refrescante.
      mas o luizão matou a charada: o pastelzinho é que mata!

  4. Bobby Jr disse:

    Caro Luiz, Realmente tem me incomodado muito os preços abusivos dos Chopps principalmente na Vila Madalena, onde meus amigos e eu sempre costumávamos ir. Dentro do meu entendimento, por conta da elitização dos bares daquela região os porprietários se vêem no direito de cobrar no Litro do Chopp Brahma (que diga-se de passagem é no máximo nota 6,0) o mesmo preço do Litro de uma Guiness, uma Colorado ou até uma Fuller’s no mercado ou em empórios especializados. Quem concorda em pagar esse fábula por Chopp Brahma está pagando na verdade pelo requinte, pelo charme daquele bar ou por estar em alguma festividade de amigos ou do trabalho. Ninguém em sã consciência (voltando ao que disso o blogueiro) sai pra tomar umas no Astor e acha de boa deixar 50 pilas para tomar nem 3 litros de Chopp. Além de que, sabemos que nestes bares do tipo Filial, Pirajá e mesmo o Astor, você virou para o lado e o garçon já botou um Chopp novo na sua conta e ainda levou aquele restinho do outro que você nem tinha terminado de tomar. Por isso, parafrasenado o meu amigo Eduardo, o que pega é beber em casa com o apoio da torcida, com tranquilidade e apreciando os infinitos sabores desse maravilhoso universo das cervejas.

    • Luiz Ferraz disse:

      caríssimo Bobby. Você deve ter percebido que fui várias vezes corrigido durante os comentários. É difícil falar de cerveja nesse mundo acadêmico-político, cheio de diplomatas, bacharéus e homens de bem. Porém me arrisco.

      Por isso, mais do que nunca na história desse país, continua a minha brava luta de jogar em casa, degustando essas beldades multi-coloridas. Conto com o seu voto de confiança.

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